Romero Rodrigues e Tatiana Medeiros voltaram à campanha
buscando novos apoios para aumentarem o capital eleitoral que dispõem em busca
da vitória no segundo turno. Amanhã começa o guia eleitoral para sabermos qual será
o tom dessa nova disputa.
Em breve saberemos quem Daniella Ribeiro vai apoiar, se é
que apoiará alguém. A condição para seu apoio está ligada à eleição de 2014.
Ela não dará um único passo sem se aconselhar com o ministro Aguinaldo Ribeiro
e deve apoiar a candidatura que oferecer o melhor cenário para os interesses
eleitorais de seu irmão em 2014.
Aliás, ontem a deputada Daniella deu entrevista
coletiva e negou-se a dizer em quem votará no 2º turno. Ela disse que “Meus adversários foram Cássio e Veneziano.
Foi com eles que disputei. Queiram ou não, Campina agora tem uma nova força”. O
que a deputada quis dizer foi que a disputa para a prefeitura acabou para ela.
Que agora seus interesses se voltam para 2014. Ela citou Cássio e Veneziano porque
eles, neste momento, são adversários do Ministro Aguinaldo para as disputas de
2014.
Daniella está racionalizando sua derrota e se
valorizando. Mas ela tem dificuldades em apoiar uma das candidaturas depois de
ter se confrontado com as duas, seguindo aquela tal linha de independência que
o eleitorado campinense não comprou. Talvez a melhor saída seja não apoiar
ninguém e guardar as cartas. Mas, as cartas do mundo da política tem prazo de
validade. Ás vezes é melhor jogar o que se tem na mão, para não correr o risco
de ver o jogo acabar com cartas guardadas.
Romero e Tatiana buscam todo e qualquer
apoio, pois no segundo turno a decisão se dá por maioria simples. Por um voto a mais
se ganha uma eleição. Veneziano não foi eleitor prefeito pela primeira vez com uma
diferença de 700 votos? Vejamos os possíveis movimentos neste jogo de xadrez
tomando como base a pesquisa eleitoral CAMPINA FM/GRUPO 6SIGMA da metade de
setembro. Nela, se aferia a tendência probabilística de migração de votos no segundo turno.
Media-se a capacidade de candidatos derrotada em
transferir votos para candidatos classificados para o 2º turno. Assim, Arthur
Bolinha transferiria 8.4% de seu capital eleitoral para Romero e 5.3% para
Tatiana. Já Guilherme Almeida transferiria 3.7% para Romero e 5.7% para
Tatiana. Mas, Arthur afirmou que não apoiará ninguém. Declarou-se neutro, como
se isso fosse possível, e liberou seus eleitores para votarem da maneira que
bem quiserem.
Uma amiga, eleitora de Bolinha, disse-me ter ficado
bastante irritada com a atitude dele de não só se ausentar do processo como
ainda ironizar a sociedade campinense que não soube (ou não quis) seguir seu
projeto que defendia eficiência máxima na gestão. Arthur foi vítima do que seria
sua maior qualidade. Como Daniella, seguiu a linha da independência, além de
propor um modelo de gestão pública despolitizado. Talvez as urnas possam
ensinar a Bolinha que a política importa e muito.
Guilherme deverá apoiar uma das candidaturas. Se
buscar coerência, apoiará Tatiana, já que esteve ao lado dela no governo
Veneziano. Se quiser reorientar sua atividade, buscando novos ares para si,
pode apoiar Romero e até se inserir no grupo cassista. Nos últimos debates do
1º turno vimos Romero e Guilherme batendo bola cordialmente, evitando agressões
e enfrentamentos. Seria essa a senha para o apoio? Aguardemos os próximos
lances.
Com seus 6.871 votos Guilherme não redefine o jogo
eleitoral. Mas, seu apoio terá um peso político e até psicológico no eleitor. E
num 2º turno um apoio deste se não fizer bem, mal com certeza não fará. Guilherme
não foi mal na campanha. Mas, o projeto de uma Campina ideal não encantou
porque muitos têm clareza que o mundo real da política é diferente desse mundo
ideal onde tudo funciona bem, como se não houvesse contradições e conflitos,
enfim, um mundo que de tão bom, não existe.
Sizenando anunciou que não apoiará ninguém.
Defendeu o voto nulo, deu as últimas estocadas em seus adversários e se foi
para retornar na próxima eleição. Torço para que nas próximas ele e seu partido
voltem melhor preparados. Afinal de contas, quem disse que para ser do contra
tem que ser, também, desorganizado?
Alexandre Almeida anunciou seu apoio a Tatiana.
Mas, nem precisava, todos sabíamos que ele faria isso. O papel de Alexandre
neste 1º turno precisa ser investigado pelos analistas. Eu diria que ele já se
tornou um case. Nunca antes, na história desse país, como diria aquele
ex-presidente, um candidato se prestou para o papel, vulgarmente chamado de
laranja, de uma forma tão profissional e eficiente como a que vimos nesta
eleição.
Mas, foi também pedagógico. Penso que ensinou algo
aos eleitores campinenses que poderão nas próximas eleições identificar com
precisão o tipo de candidato que entra na disputa sem se preocupar em ganhar
votos. Essa é ambiência política do momento. Aguardemos os próximos movimentos
para podermos saber com que roupa cada um vai para o 2º turno.