quarta-feira, 3 de outubro de 2012

QUEM VENCEU O DEBATE DE ONTEM?






No POLITICANDO de segunda eu falei da importância de um debate como o que foi promovido ontem pela RADIO CAMPINA FM. Eu lembrava que este seria o último debate entre os candidatos a prefeito de Campina Grande antes da eleição do 1º turno.




Dizia que o debate de ontem seria a última chance dos candidatos de se colocarem frente a frente para confrontarem ideias, projetos, modos de governar, currículos, enfim, seria o último ato do espetáculo eleitoral com todos os candidatos presentes e ao vivo.




Eu me referia ao fato de que ainda temos um expressivo contingente de eleitores indecisos e explicava que o eleitor indeciso não é bem o que não sabe o que quer, mas o que mais pondera. É aquele que observa atentamente para só então tomar uma decisão. O debate de ontem era boa oportunidade, a última talvez, para os candidatos conquistarem corações e mentes dos indecisos. Eu o analisei na perspectiva de um eleitor indeciso, como se esperasse que um dos candidatos finalmente me convencesse.




Eu vou pontuar algumas questões do debate, talvez assim possamos saber quem se saiu melhor e quem se saiu pior. Obviamente, que quem já decidiu em qual dos candidatos vai votar no domingo tende a ter opinião formado sobre quem ganhou o debate.




Os candidatos procuraram cumprir o papel que lhes cabe nesta campanha. Cada um disse mais ou menos o que se esperava que dissesse. Inclusive, cada um deles cometeu os erros que bem sabíamos que cometeriam. Mas, nem tudo foi previsível.




Sizenando Leal começou o debate questionando Tatiana Medeiros sobre questões da saúde. Como ele se embaraçou ao fazer a pergunta, Tatiana pode se esquivar para repetir o discurso que vem fazendo, sobre a saúde, desde o início da campanha. Neste momento, Sizenando e Tatiana revelaram suas principais fraquezas. Ele, o fato de ter dificuldades em se expressar. Se tivesse se preparado mais e melhor Sizenando faria grandes estragos em seus adversários.




Já Tatiana demonstrou a fragilidade de ter um discurso só. Ela é vítima do efeito Cristovam Buarque, ou seja, só tem um tema pelo qual pode falar com desenvoltura.  Se valendo disso, Tatiana utilizou uma surrada tática do marketing eleitoral que é fazer uma pergunta técnica para um adversário, sabendo que ele não vai respondê-la. Ela perguntou a Arthur Bolinha se ela sabe o que é “terapia renal substitutiva”, que na verdade é a velha e útil hemodiálise.




Arthur disse que não tem obrigação de saber já que é candidato a prefeito não a médico. Aliás, Arthur saiu-se bem, abusando do conhecimento que tem e demonstrando, mais uma vez, que se preparou para a campanha. Mas, Arthur foi vitima daquilo que pensa ser sua maior qualidade. Debatendo com Romero Rodrigues precisou sair de sua postura de independente e teve que pontuar que já apoiou e trabalhou em favor do grupo político liderado pelo senador Cássio C. Lima.








Romero seguiu a tática de se colocar como aquele que não tem inimigos. Na verdade, Romero estava com um olho no debate e outro no 2º turno. Seus debates com Arthur e Guilherme Almeida se deram no sentido de atrair apoios, não de propor enfrentamentos.




Os candidatos aparentavam cansaço, natural em um fim de 1º turno. Romero e Daniella Ribeiro pareciam os mais fadigados. A fala pausada e as palavras mal pronunciadas de Romero denunciavam isso. Daniella Ribeiro, além do cansaço, dava a impressão de tédio. Parecia saturada com tudo aquilo que acontecia em sua volta.




Mas, isto não impediu que Romero e Daniella patrocinassem um bom momento do debate. Foi quando Daniella perguntou em quem Romero votaria para governador e presidente nas eleições de 2014. Outra pergunta da lavra do marketing eleitoral. Romero não respondeu e foi para o ataque mostrando que Daniella já esteve aliada com outros grupos políticos.



Quem soube se valer dessa pequena querela, foi Guilherme que aproveitou para falar de sua postura de independência. Guilherme seguiu a linha do não enfrentamento. Como em outros debates focou-se em suas ideias, apesar de que certa animosidade que ele e Tatiana vêm desenvolvendo foi, mais uma vez, perceptiva. Isso pode até ser uma senha para o 2º turno.




Alexandre Almeida não repetiu o desempenho de outros debates. Nem de longe fez a defesa enfática do governo Veneziano que nos acostumamos a ver desde o início da campanha. Seus adversários pareciam não querer lhe dirigir perguntas, pois ele ficava sempre por último na ordem de escolha do outros seis candidatos.




O fato, é que se o debate não foi ruim, também não foi lá um primor. É que um debate com sete candidatos impede que enfrentamentos mais duradouros aconteçam. Tenho lá minhas dúvidas se o comportamento dos candidatos serviu para esclarecer os indecisos.




O que eu vi ontem foi um debate que serviu para cristalizar certezas e incertezas sobre os candidatos. E, lamento informar, as dúvidas só serão esclarecidas no próximo domingo, por volta das oito horas da noite, quando saberemos um resultado concreto.