quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Uma projeção para o final.






O Grupo 6Sigma divulgou um estudo de intenção de votos para o segundo turno em Campina Grande com projeções sobre a probabilidade de migração de votos e uma estimativa de quantos votos cada candidato terá ao final da disputa.




Probabilidade de migração é o que os cinco candidatos derrotados no primeiro turno podem vir a transferir para os que disputam o segundo turno. Trata-se da disposição dos que não votaram em Romero Rodrigues e Tatiana Medeiros de vir a escolher um dos dois.




Estes dados são importantes, pois consideramos que o eleitor que votou em Romero ou Tatiana no primeiro turno dificilmente mudará de opinião no segundo turno. Apenas para lembrar Romero teve 97.659 votos ou 44.94% dos votos validos. Tatiana teve 65.195 votos ou 30.0% dos votos válidos. Os outros cinco candidatos obtiveram, juntos, 54.462 votos ou 23.97% dos votos validos. Considerando que Romero teve 32.464 votos a mais do que Tatiana eu vou, agora, desenhar o cenário.




A primeira melhor estratégia de Romero e Tatiana é conquistar o eleitor que não votou neles no primeiro turno. Existem mais de 54 mil eleitores para se conquistar. E vejam que eles não anularam ou votaram em branco no primeiro turno. Agora, serão chamados às urnas para fazerem nova opção. Os quase 163 mil eleitores que votaram em Romero e Tatiana irão às urnas reafirmarem suas vontades. Assim, são os não eleitores de Romero e Tatiana que vão decidir a eleição.




A probabilidade de migração de votos foi feita na pesquisa de boca de urna do primeiro turno. Quando o eleitor dizia que tinha a votado em um dos cincos candidatos, o entrevistador perguntava em quem ele votaria no segundo turno, se em Romero ou se em Tatiana. Essa sistemática foi adotada porque, claro, Romero e Tatiana lideravam as pesquisas e todas davam conta que o segundo turno seria entre o candidato do PSDB e a candidata do PMDB. Assim, se chegou aos seguintes percentuais.




Dos eleitores que votaram em Alexandre Almeida no primeiro turno, 44.7% disseram que votariam em Romero no segundo turno e 31.9% em Tatiana. Vejam que a maioria dos eleitores de Alexandre ficou contra ele, mesmo que ele tenha dado seu apoio a Tatiana e que no primeiro turno tenha trabalhou para favorecê-la em detrimento de sua própria candidatura. Será que quase metade dos eleitores de Alexandre estam reprovando o comportamento dele no primeiro turno ao optarem por Romero? Isso servirá para que se entenda o quanto candidaturas, com acentuado sabor cítrico, são reprováveis aos olhos dos eleitores?








Dos que votaram em Arthur Bolinha no primeiro turno, 52.0% disseram que votariam em Romero e 26.5% em Tatiana. Arthur até nega, mas mais da metade de seus eleitores parecem não desconhecer os vínculos que ele teve com o grupo ao qual pertence Romero.




Dos que votaram em Daniella Ribeiro, 54.2% disseram que votariam em Romero e 32.1% em Tatiana. Vemos uma maior migração para a candidatura que, no segundo turno, faz oposição a administração do prefeito Veneziano. Daniella ofereceu um modelo dito independente e buscou, também, votos nos eleitores descontentes com a atual gestão municipal. É até natural que quem votou nela como voto de oposição, agora queira votar em Romero.




Dos que votaram em Guilherme Almeida, 40.9% disseram que votariam em Romero no segundo turno e 43.3% em Tatiana. Esse equilíbrio se deve ao fato dos eleitores de Guilherme não terem sido bem esclarecidos sobre sua posição política. Se agora ele aderiu à candidatura de Romero, nos primeiros dois meses fazia referências elogiosas à gestão de Veneziano. Mas, eu quero pontuar, Guilherme teve uma postura louvável ao não se declarar neutro, não importando muito quem esteja apoiando.




Dos que votaram em Sizenando, 47.6% disseram que votariam em Romero e 14.3% em Tatiana. No primeiro turno, Sizenando criticou bastante a gestão municipal. Assim, a maioria dos seus eleitores tende a votar na oposição.




Romero somaria desse processo de migração algo em torno de 28 mil votos, enquanto Tatiana reuniria cerca de 17 mil votos. Somemos, então, estes dois valores ao capital eleitoral que Romero e Tatiana trouxeram do primeiro turno. Romero terminaria o 2º turno com cerca de 125 mil votos (ou quase 60% dos votos válidos). Tatiana teria cerca de 82 mil votos (ou quase 40% dos votos válidos). Isso significa que Romero Rodrigues é, virtualmente, o próximo prefeito de Campina?




Não. Significa que considerando apenas a probabilidade e a estimativa da migração Romero está mais bem posicionado do que Tatiana. Temos que ficar atentos, por exemplo, a movimentação dos candidatos nas ruas e nos bastidores da campanha. Pois isso pode, sim, alterar ou manter esse estado de coisas. Além do mais, ainda faltam 10 dias para a eleição e o jogo só acaba quando termina.