Domingo, meio da tarde, eu tentava me concentrar
para escrever esta e outras colunas. Mas, estava difícil com carreatas passando
em frente ao edifício onde moro. Muito barulho, fogos de artifício, musica da
pior qualidade, era a festa da democracia. Chegará o dia em que candidatos que
fizerem carreatas serão duramente punidos com uma fabulosa perda de votos. Mas,
o POLITICANDO de hoje não é sobre isso. Estou apenas, mais uma vez, desabafando
na esperança que um dia se faça algo a esse respeito.
Na verdade, quero falar dessa última semana de
campanha e o que espero que os candidatos venham nela fazer. Seis dias nos
separam da ida às urnas. O que os candidatos a prefeito de Campina Grande devem
fazer até lá? Todos ainda vão aparecer no guia eleitoral. Todos ainda vão às
ruas. Todos vão se esforçar ao máximo para que nesta última semana possam
conquistar mais e mais corações e mentes, principalmente dos eleitores
indecisos.
Temos muito que decidir nesta eleição. Salvo alguma
surpresa, teremos o 2º turno. Mas, é bom não esquecer que existe, de acordo com
a pesquisa CAMPINA FM/GRUPO 6SIGMA, um manancial de votos a se conquistar. Os indecisos
(estou incluindo os que não informaram em quem votarão) são 11.6%. Se todos
votarem num dos três candidatos que ocupam os três primeiros lugares na
pesquisa CAMPINA FM/GRUPO 6SIGMA teremos uma reviravolta daquelas.
Romero tem 37.1%. Com estes 11.6% vai a 48.7% e
ganha a eleição no 1º turno. Tatiana tem 23.3%. Se todos os indecisos nela
votarem chega a 34.9% e vai para o 2º turno numa situação confortável. Mas, se
todos os indecisos resolverem votar em Daniella (que tem 16.3%) ela chega a
27.9%, toma o 2º lugar de Tatiana e vai para o 2º turno com Romero. Esses três cenários são impossíveis? Não,
claro que não.
Como eu já disse, em uma semana tudo pode
acontecer, até um terremoto de magnitude 7 na Escala Richter. Em Condições Normais
de Temperatura e Pressão vamos para o 2º turno com Romero e Tatiana. Mas,
enfim, o jogo só acaba quando termina.
Amanhã teremos o último debate dessa eleição aqui
mesmo na CAMPINA FM. Os sete candidatos terão uma última e valiosa oportunidade
de apresentarem suas propostas e convencerem os indecisos. Aliás, o fato do
último debate acontecer aqui nos estúdios da CAMPINA FM não deixa de ser uma
forma de reconhecer o eficiente trabalho de cobertura, das eleições 2012, feito
pela equipe de jornalismo dessa emissora de rádio.
Mas o que cada candidato
precisa fazer (ou dizer) para convencer cada eleitor que se sente no sagrado
direito de permanecer indeciso? Primeiro, é preciso entender que, em geral, o
indeciso não é o eleitor que não sabe em quem votar. O indeciso é o eleitor que
pondera mais. Que observa atentamente os candidatos para só então tomar uma
decisão. Todo eleitor deve ser respeitado, claro, mas o indeciso é um tipo de
eleitor que deve ser tratado com máximo cuidado, carinho e atenção.
Os candidatos devem saber que é na semana que
antecede a eleição que o indeciso forma sua opinião. Um bom ou mau desempenho
no debate de amanhã atrai ou espanta um indeciso. Portanto, candidatos, tratem
o debate com o respeito que ele merece ter.
Digamos que eu estivesse indeciso? Digamos que
estivesse esperando o último debate da eleição para me decidir? O que eu
esperaria dos candidatos? O que eu gostaria de ouvir deles? Em primeiro lugar gostaria que, finalmente, eles
dissessem de onde virão os recursos para financiaram às propostas (algumas
mirabolantes) que eles fizeram durante toda a campanha eleitoral.
Gostaria, também, que cada um deles não se perdesse
no labirinto das generalidades do tipo “minha prioridade é a educação e a
saúde”. Gostaria que eles fizessem propostas pontuais, reais, baseadas em
estudos técnicos, não em sonhos e alucinações.
E eu ia querer que eles aproveitassem o debate para
se diferenciarem uns dos outros. Gostaria que fossem para o embate de ideias e
palavras, sem baixarias, claro. Se a eleição é um jogo, não me parece que se
possa ganha-lo sem que se vá para o enfrentamento.
Não me parece que indecisos gostem de candidatos
frágeis, passivos, lenientes, ou seja, que tentam aliviar a dureza do jogo. Não
me parece que o eleitor indeciso possa vir a votar em um candidato que não
tenha como prioridade ganhar a eleição.
Indecisos não gostam de candidato sem identidade
própria, que não tenha até agora conseguido demonstrar a que veio. Não me
parece que um indeciso escolha votar num candidato que não saber para onde ir.
Se eu estivesse sem saber que caminho tomar, não
seguiria alguém que estivesse mais perdido do que eu. Seguiria aquele que me
convencesse, ou pelo menos tentasse, que o melhor caminho a seguir seria aquele
por onde ele mesmo estava indo.