Pastor Everaldo rejeita o rótulo de nanico, se é que alguma das pequenas candidaturas
aceita ser tratada dessa forma. As candidaturas de baixa estatura se sentem
ofendidas e injustiçadas por não conseguirem pontuar bem nas pesquisas. Levi
Fidelix, Eymael, Zé Maria, Rui Costa, para citar alguns, têm sempre uma
justificativa por não conseguirem aparecer nas pesquisas com, pelo menos, um
ponto percentual. Em geral, a culpa residiria num suposto complô montada pela
imprensa. Apesar das diferenças ideológicas, as micro candidaturas são
ambiciosas, excessivamente otimistas, exibicionistas, inexperientes e não
possuem programas políticos definidos. Elas são unânimes na contundente
oposição ao governo Dilma.
O Pastor Everaldo luta para sair do rol dos nanicos. Nas pesquisas, ele
tem tido algo em torno de 3 ou 4 pontos percentuais. Isso pode ser decisivo
para levar a eleição ao 2º turno. Aliás, se isso acontecer, prometo nunca mais
chamar Pastor Everaldo de nanico. Não é justo comparar Pastor Everaldo ao Marco
Feliciano. Mesmo que eles concordem em muita coisa e sejam do mesmo partido, Feliciano
é falastrão, mal educado, preconceituoso e racista. Pastor Everaldo é discreto,
cordato e de fala mansa. Pastor Everaldo não fica repetindo as baboseiras de
Feliciano, mesmo que até posa concordar com elas. Pelo contrário, seu discurso
é bem articulado. Ele nunca diz que é contra o casamento entre homossexuais.
Sua estratégia é inteligente.

O que ele não diz é que esses valores são religiosos, familiares e
conservadores. Pastor Everaldo tem afirmado que está na hora do rebanho votar
no próprio pastor. Mas, ao que me parece o rebanho está procurando um
presidente, não um líder religioso. Pastor Everaldo não decola nas pesquisas
por não entender que o eleitor separa bem o líder religioso do líder político.
Inclusive, os brasileiros não parecem gostar da ideia de uma mesma pessoa
desempenhando as duas funções ao mesmo tempo. A candidatura do Pastor Everaldo
ainda tem algumas questões polêmicas para dar conta. Mesmo com essa postura
religiosa, voltada para os valores da família, em termo políticos vemos uma
constante incoerência mesclada ao fisiologismo de sempre.

Ele já disse que só se lançou candidato por ter ficado profundamente
decepcionado com Dilma. Por decepção leia-se o fato do PSC não ter um
ministério para chamar de seu. A candidatura do Pastor Everaldo pode ser vista
como uma vingança sobre o PT. Pastor Everaldo gosta de umas frases de efeito.
Ele tem dito que na vida do cidadão deve haver menos Brasília e mais Brasil.
Inclusive, tem defendido um radical processo de privatização. Para ele, a
Petrobrás, por exemplo, deveria ser totalmente privatizada. O desempenho que
ele tiver nesta eleição determinará o que ele será no futuro. Se ele chegar a
ter uns dez pontos percentuais poderá vir a ser um gigante, do contrário será
sempre um pigmeu da política partidária a reboque de grandes interesses.
AQUI É O
POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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