A entrevista com
Vital Filho, que é candidato ao governo, era esperada pelo protagonismo
desempenhado pelo PMDB, e suas principais lideranças, no processo nada
republicano que definiu as candidaturas e coligações para as eleições na
Paraíba. E, de fato, Vital Fº não decepcionou nos concedendo uma entrevista
dinâmica onde foram abordadas várias questões relativas ao processo eleitoral e
aos temas mais cadentes que mobilizam, ou deveriam mobilizar a sociedade
paraibana. Não deixa de ser interessante debater, sobre as coisas da política,
com alguém que tem a experiência de Vital Fº. A título de lembrança, ele já foi
deputado estadual e federal e ocupa, com destaque, diga-se de passagem, uma
cadeira no Senado Federal.
Ao contrário de candidatos sem experiência e com pouco, ou nenhum,
conhecimento de causa, Vital Fº sabe bem o que, como e porque falar. Mas, é
exatamente aí que as coisas ficam mais complexas numa entrevista com ele. É que
Vital sabe bem como não responder uma questão incômoda. Ele bem sabe como fazer
para fugir dos temas inoportunos para sua candidatura. Vital Filho é um dos
poucos políticos da Paraíba que domina a arte de variar sobre o mesmo tema.
Vital tem uma característica que o torna diferente de tantos outros políticos.
É que ele acredita piamente em cada uma das palavras que pronuncia. Até mesmo
quando promete, o político Vital fala convencido do que está a dizer.
A entrevista com o candidato do PMDB foi esclarecedora. Mesmo que ele não
tenha admitido integralmente, não me restaram dúvidas quanto aos objetivos dele
se lançar num processo eleitoral polarizado por duas outras candidaturas. Logo
em sua primeira fala, Vital colocou sua candidatura em nome do PMDB e do PT,
mesmo que saibamos que a maioria dos petistas paraibanos estam apoiando o
projeto de reeleição do governador Ricardo Coutinho. E isso, claro, foi
deliberado, pois uma das motivações para o PMDB ter candidatura própria, na
Paraíba, é para que Dilma Rousseff possa ter seu próprio palanque, com seus
aliados em nível nacional, em nosso Estado.

Fosse Vital Fº dos quadros do PT e, talvez, ele não defendesse tanto o
governo de Dilma. Vejam a contradição. Em nível nacional, o PMDB surfa na onda
da continuidade, mas em nível estadual defende as mudanças. A tirar pelas
pesquisas, parece que é o PMDB nacional que está com a razão, pois a
candidatura de Vital ainda patina num incômodo patamar de quatro a cinco pontos
percentuais. Mas, este é um dos dilemas dessa eleição. Pois, ainda não dá para
afirmar o que está se passado pela cabeça do eleitor. Ainda não se sabe se ele
quer o continuísmo ou a mudança. A quem diga que, este ano, o eleitor
brasileiro quer mudanças na forma de governar, mas não quer mudar de governo.

É que Vital é consciente do quanto essa bipolarização entre Cássio Cunha
Lima e Ricardo Coutinho pode ter efeitos danosos para sua candidatura. Apesar
de que isso é uma questão do 1º turno, pois no 2º turno tudo poderá e será
diferente. Vital não parece tratar sua candidatura como prioridade, pois ele afirmou
que continuará, durante a campanha, a frente de suas obrigações parlamentares
em Brasília. Por exemplo, ele não vai se afastar da presidência da CPI da
Petrobrás. Na verdade, é que uma coisa está ligada a outra. O governo federal
só aceitou apoiar à postulação do PMDB paraibano se o senador Vital
permanecesse à frente da CPI da Petrobrás, sendo que a recíproca é mais ou
menos verdadeira. Eu ainda voltarei a analisar a entrevista de Vital Filho,
pois ela nos oferece elementos para entendermos o atual processo político
eleitoral da Paraíba.
AQUI É O
POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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