
Se você foi um
dos que, como eu, pensou que o FLA X FLU PT/PSDB acabaria com o fim das
eleições, lamento informar, mas a disputa continua e de um jeito onde está
valendo tudo. O fato, é que o Brasil não é mesmo para principiantes. Nunca o jus sperniandi foi tão colérico, tão
autoritário e antirrepublicano. Fazem 29 anos que deixamos de viver em uma
ditadura militar, mas continuamos a nos comportar como se a democracia não
valesse nada. As regras do jogo não são respeitadas. Vivemos em um vale tudo
político onde o derrotado recorre ao TSE para pedir auditoria do resultado da
eleição. Aécio Neves se pronunciou aceitando o resultado e desejando boa sorte
a Dilma Rousseff.
Mas, o deputado
federal Carlos Sampaio, coordenador jurídico do PSDB, disse que o próprio Aécio
deu aval para o pedido de auditoria. O PSDB não pediu a recontagem dos votos,
mas quer fiscalizar o processo desde a captação até a totalização dos votos. O
PSDB exaltou o papel do presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, e disse que
não está pondo em cheque a condução do processo. Pois é, não está, mas quer uma
auditoria! É estranho que os tucanos só queiram auditar o resultado do 2º
turno. Porque não verificar, também, o resultado do 1º turno, quando o próprio
Aécio ficou em 2º lugar, depois de ultrapassar Marina Silva? De fato, o PSDB
está praticando o velho hábito de buscar na justiça aquilo que não consegue nas
urnas.
Mas, se ilude o
tucanato “quatrocentão” paulista se imagina que encontrará eco para sua
investida, pois se o TSE aceitar essa tal auditoria dirá para a sociedade que
nossas eleições presidenciais terminarão sempre num 3º turno judicializado. Ir
à justiça, sem o ônus da prova, é um comportamento execrável para um partido
que já ocupou o governo. Agindo assim o PSDB contribui para disseminar a
cultura golpista em nossa sociedade. É por isso que tantos não aceitam a
legitimidade do resultado. É por isso que manifestantes foram a Av. Paulista,
no sábado, pedir o impeachment da presidente da República se baseando nas
reportagens, pouco confiáveis, de uma revista que a muito se perdeu no espiral
de seus próprios interesses ideológicos ou não.

Os manifestantes carregavam faixas. Numa, se lê que: “DILMA SABIA. É A MAIOR FRAUDE DA HISTÓRIA”. Noutras
se pedia uma “IMPRENSA LIVRE”; “TODO APOIO AS FORÇAS ARMADAS”; e “IMPUGNAÇÃO OU
INTERVENÇÃO MILITAR”. Vi a imagem de um casal, envolto numa bandeira do Brasil,
em que a moça carrega um cartaz onde se lê “QUE PAÍS É ESSE?” e o rapaz mostra
a Constituição Federal. É assim mesmo que eles vão apoiar uma suposta
intervenção militar? Eu sou consciente que não nos curamos de nossa doença
ditatorial, mas mesmo assim é desesperador ver pessoas, nas redes sociais,
defendendo que só curaremos os males da democracia com a vacina do autoritarismo.

Se após isso você não se sentir envergonhado em ter defendido algo que foi
nefasto para nossa sociedade, aí não tem jeito, vista sua camisa verde e
amarela e vá para a rua de braços dados com Lobão, Bolsonaro, Marco Feliciano e
Silas Malafaia. Eu fui educado numa época em que não se tinha a direito a nada.
Fui acostumado a achar que defender direitos era coisa de terrorista. Hoje,
falar em ditadura soa como um palavrão para os que defendemos os direitos
civis. É como levar um soco no estômago. Essa retórica golpista, baseada no
discurso da corrupção, serve a quem? Se você quer embarcar nessa aventura
autoritária, pelo menos se informe. Não se deixe manobrar pelas vivandeiras de
plantão. Aliás, não perca a COLUNA de amanhã que é quando eu vou dizer o que e
quem são as vivandeiras que estam batendo as postas dos quarteis.
AQUI É O
POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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