As convenções partidárias que homologaram as chapas que vão disputar a
eleição para prefeito de Campina Grande e João Pessoa foram verdadeiros
espetáculos. Teve música, material de campanha,
papel picado e balões. Teve políticos distribuindo sorrisos, beijos e abraços.
Teve gente dançando forró, bebendo, enfim, se divertindo. Afinal, era a “festa
da democracia”, como alguns gostam de dizer.
O PSDB foi o partido que saiu na frente neste
quesito, pois lançou chapa puro sangue (Romero e Ronaldo Filho são tucanos) e
conseguiu manter seus aliados. Uma aparente contradição que demonstra força. Como se sabe uma forma de atrair aliados é
repartindo as fatias do poder. Muitos partidos só participam de uma coligação
se obtiverem a vaga de vice na chapa.
O deputado Damião Feliciano (PDT) não aceitou
a chapa 100% tucana, pois queria Lígia Feliciano, sua esposa, ao lado de Romero.
Mas, oito partidos juntaram-se aos tucanos. São
eles: PV, PT do B, PSL, PTN, PRP, PSB, DEM e PSD. O fato é que estes partidos
não resistiram ao poder de atração que o senador Cássio Cunha Lima consegue
exercer.
A
exceção é o PSB que está na coligação devido a aliança que Cássio tem com Ricardo
Coutinho. Mas, será que Ricardo está satisfeito com o resultado? Por quais
motivos Ricardo não veio para a convenção promovida pelo seu principal aliado e
na cidade que tem o segundo maior colégio eleitoral da Paraíba? Conhecendo o
jeito Coutinho de fazer política, essa ausência mais pareceu um aviso.
Daniella Ribeiro conseguiu o
feito de tirar o PT do arco de influência dos irmãos Vital. Mas, ainda existem
chances do PT desfazer a aliança com o PP. O PT local
segue enfrentando o PT estadual e nacional e registrou no TRE a ata da
convenção que homologou a candidatura de Alexandre Almeida a prefeito de Campina
Grande. Assim, existem duas atas. Uma que homologa Perón
Japiassú (PT) como vice de Daniella e outra que homologa Alexandre como
candidato. Em qual delas devemos acreditar só a justiça pode dizer.
Não que eu acredite, mas é possível que Daniella
fique sem seu vice de uma hora para outra. Independente disso, o PP atraiu para
seu arco de aliança quatro partidos. São eles: PPS, PSDC, PRTB e o PT.
O PMDB de Tatiana Medeiros montou
uma coligação de fôlego. Além do PR de Bruno Roberto, o vice-candidato, eles
têm o PTC, PPL, PHS, PRB e o PMN. Tatiana e os irmãos Vital não aceitam o ato
do PT. Na convenção eles voltaram a se referir à traição do PT. Eles não
aceitam ficar sem o PT. O que não deixa de ser uma atitude um tanto quanto
emocional. Talvez fosse interessante repensarem o discurso. É que o eleitor não
está lá muito interessado em saber quem traiu quem, pois agora é a hora de
pedir o voto.
Um arguto jornalista percebeu que
na convenção do PMDB não havia faixas nem cartazes dos vereadores da base
governista. Não se viu material de campanha com vereadores aliados de veneziano
apoiando Tatiana. Ou os vereadores da situação estam economizando dinheiro ou
não querem associar suas postulações a candidatura de Tatiana Medeiros.
O PTB de Arthur Almeida e o PSTU
de Sizenando Leal não se aliaram a nenhum partido. A dúvida é se foi por opção
ou porque não se encontrou quem assim o quisesse.
A chapa de Guilherme Almeida (PSC)
e Félix Neto (PC do B) tinha sido homologada alguns dias. Mas, o PC do só
aceitou a coligação para a eleição majoritária. Os comunistas disseram não aos
cristãos na eleição proporcional, alegando que assim não elegeriam um vereador
sequer. O PC do B aceitou casar com o PSC, mas não quis ir para a lua de mel.
Em João Pessoa as coisas continuam
tumultuadas. Ainda tem candidato sem vice. O papel que o PT desempenha em Campina,
é, na capital, desempenhado pelo PSC. O PSC pessoense definiu que Ítalo
Kumamoto seria o vice de Cícero. Ele foi até para a convenção. Mas o presidente
estadual Marcondes Gadelha negociou o apoio ao PT de Luciano Cartaxo. E como no
Brasil as coisas se resolvem por atos de força. Marcondes destituiu o diretório
de João Pessoa e recorreu a direção nacional para tirar Kumamoto do palanque de
Cicero. Simples assim.