O primeiro objetivo da
pesquisa é identificar o nível de reconhecimento dos candidatos, pois sem um
mínimo de reconhecimento é impossível ter um mínimo de votos. Depois vem o que a maioria das pessoas quer mesmo
saber. É a intensão de votos. É quem está na frente e quem está atrás na
pesquisa. O terceiro objetivo
é a questão da rejeição dos candidatos. Este é o aspecto mais valioso, pois
quando o eleitor rejeita um candidato dificilmente reconsidera sua opinião.
O último objetivo é avaliar os três níveis
administrativos (federal, estadual e municipal) para que se possa verificar o
poder de transferência de votos. A ideia é ver como o
governador Ricardo Coutinho e o prefeito Veneziano Vital influem na eleição de Campina
Grande respectivamente. É que eles têm seus futuros políticos condicionados ao
sucesso de seus candidatos nas urnas. Também importa vermos como eles se
comportam na hora de transferir votos para seus pupilos.
O
público alvo da pesquisa é a população campinense, onde cada entrevistado é uma
amostra representativa do local onde vive, da classe social a que pertence, do
nível educacional que possui e, claro da idade e do sexo. Analisamos a opinião
dos entrevistados considerando quem são, o que são, o
que fazem, onde moram e quanto ganham. Mas,
vejamos agora alguns dados.
Na intensão de votos
temos ligeira mudança em relação às outras pesquisas. Romero Rodrigues assumiu
a dianteira e aparece com 23,9% das intenções de voto. Já Daniella Ribeiro caiu
para segundo e tem 22,3%. No entanto, a diferença é de apenas 1.6% e esta absolutamente
dentro da margem de erro que é de 2,9% para cima ou para baixo.
A definição das chapas,
com Ronaldo Fº como vice de Romero, e o falecimento de Ronaldo Cunha Lima devem
ter pesado nesta alteração. Influiu, ainda, que agora não se tem mais dúvidas
sobre a participação do senador Cássio Cunha Lima na campanha de Romero
Rodrigues.
Daniella
Ribeiro tem algum motivo para se preocupar? Não, se considerarmos que ela segue
sendo bem avaliada e que, a preço de hoje, vai carimbando seu passaporte para o
2º turno. Tatiana Medeiros aparece em terceiro lugar, com 14,8%, e Guilherme
Almeida vem em quarto com 5,9%. A campanha está só começando, por isso mesmo é
cedo para os dois demonstrarem estagnação. Romero e Daniella se movimentam.
Tatiana e Guilherme permanecem nos mesmo lugares. Esse é o pior dos mundos para
uma candidatura.
Mas,
falemos da rejeição. A pesquisa CAMPINA FM–6SIGMA inovou. É que dessa vez não
se questionou apenas sobre qual candidato o entrevistado não votaria em
hipótese nenhuma. Solicitou-se aos entrevistados que apontassem qual dos
candidatos conheciam. É o chamado índice de reconhecimento. A significância
desse dado é que ele desmonta a justificativa da rejeição causada pela falta de
conhecimento. Se um candidato tem um bom ou ótimo índice de reconhecimento e ao
mesmo tempo tem alto índice de rejeição, jamais poderá dizer que é rejeitado
porque ainda não se fez conhecer pelo grosso do eleitorado.
Assim,
Romero é reconhecido por 89,9% e rejeitado por 9,4% dos entrevistados. Daniella
é reconhecida por 91,9% e rejeitada por 5,1%. Tatiana foi reconhecida por 86,1%
e rejeitada por 18,5% e Guilherme foi reconhecido por 74,4 e rejeitado por 4,5.
Os quatro são bem reconhecidos, sendo que Daniella é a mais reconhecida de
todos. E três deles (Romero, Daniella e Guilherme) apresentam uma rejeição aceitável
casa de um dígito cada um. Apenas Tatiana vê sua rejeição aumentar em relação
às outras pesquisas. Se a exposição dos candidatos aumentou com o início da
campanha e a rejeição de Tatiana também aumentou, me parece que uma luz
avermelhada deve ter acendido no comitê de campanha da candidata Tatiana
Medeiros.
Os
campinenses até avaliam bem a presidente Dilma, em que pese parecerem querer
mais dela de acordo com os percentuais que vimos. A questão é se Dilma vai
emprestar sua aprovação a algum candidato local e qual será ele.
Ricardo
Coutinho obteve 19,6% de aprovação quando somados os que consideram seu governo
ótimo e bom. Se somarmos os 31,7% dos que o avaliam como regular aos ótimo e
bom temos 51,3%. Mas, se somarmos aos ruim e péssimo temos 80,5%. Sendo
condescendente para com o governador e só considerando dois percentuais. O
somatório dos ótimo, bom e regular (que dá 51,2%) e o somatório dos ruim e
péssimo (que dá 48,8%) vê-se uma clara divisão. Metade aceita o governo e a
outra metade rejeita. Isso não é suficiente para que Ricardo influa nos rumos
da eleição de Campina Grande, pois ninguém transfere 100% de seu capital
eleitoral.
A
administração do prefeito Veneziano Vital foi bem avaliada. Somando os que
consideram seu governo ótimo e bom chegamos a 45,2%; contra 19,0% dos que
avaliam como ruim e péssimo. Se somarmos os 35,8% dos que avaliam como regular
aos ótimo e bom temos 81,0%. Mas, se somarmos aos ruim e péssimo temos 54,8%. A
questão é quanto será que veneziano vai poder transferir para Tatiana Medeiros.
Considerando seu incômodo terceiro lugar, Veneziano precisará de uma muito boa
taxa de transferência, do contrário, Tatiana terá que ir às urnas pelas
próprias pernas.