Todos devem lembrar que eu desenhei um cenário com quatro candidatos a
prefeito de Campina Grande. Agora sabemos que vamos para a eleição com seis
candidatos. Errei na minha conta? Sim.
Numericamente errei. Mas, consideremos que dessas seis candidaturas duas sofrem
solução de continuidade.
Arthur Almeida (PTB) conseguiu,
ancorado em uma liminar concedida pela justiça, homologar sua candidatura. Seu
vice será o advogado Eudo Brasileiro também do PTB. Em chapa única e sem
partidos coligados, Arthur vai para o jogo sem apoios e com parcos segundos
para defender suas propostas no guia eleitoral.
A liminar que lhe permite ser candidato pode
ser cassada. O PTB estadual ainda quer o PTB DE Campina Grande junto ao PMDB de
Tatiana Medeiros. Tanto é que em João Pessoa o vice de José Maranhão (PMDB) será
Tavinho Santos, que vem a ser, também, do PTB.
É bom não esquecer que os partidos têm até às
19 horas do próximo dia cinco para solicitarem ao TRE o registro de candidaturas.
Ainda poderemos ter surpresas. O fato é que candidaturas homologadas podem ser
retiradas do jogo por força do processo de judicialização que acomete a
política eleitoral brasileira.
O PSOL
homologou a candidatura de Sizenando Leal, tendo como vice o sindicalista José
de Arimatéia. Outra chapa puro sangue sem pretensões eleitorais, no máximo quer
aproveitar às eleições para divulgar suas ideias.
O PP homologou a candidatura de Daniella
Ribeiro. Seu vice será Perón Japiassú, do PT. Esse arranjo se deu graças a um
ato de força promovido pela direção do PT. Conhecemos a história.
Parte do PT rompeu com o governo Veneziano para apoiar a candidatura de Daniella.
A outra parte lançou a candidatura de Alexandre Almeida, ancorada, claro, numa
liminar. O “PT de Daniella” não validou o ato e conseguiu cassar a liminar.
Para encerrar a questão, a cúpula nacional do
PT expulsou Alexandre Almeida, calou a dissidência, e fechou questão com o PP.
O PT mantém uma cultura política stalinista para casos de emergência.
O PSC já tinha homologado a
candidatura de Guilherme Almeida, tendo Félix Araújo Neto (PC do B) como vice.
Esta é uma das candidaturas com disposição de enfrentar o jogo, independente de
como apareça nas pesquisas.
O PSDB homologou a candidatura de
Romero Rodrigues a despeito da desconfiança de alguns aliados. Aliás, partiu de
Romero o gesto mais ousado dos últimos dias. Falo da escolha de Ronaldo da
Cunha Lima Filho para ser o vice na chapa do PSDB. Ronaldo Filho é também do PSDB.
Temos uma chapa puro sangue? Partidariamente sim. Mas, esta chapa tem poderes
para reunir apoios. Imagine que Romero trouxe para sua chapa a imagem do
ex-governador Ronaldo Cunha Lima com tudo que ela pode representar no
imaginário eleitoral de campina grande.
Sem contar,
que fica mais do que claro que o senador Cássio Cunha Lima agora está de corpo
e alma na campanha de Romero. Bom, eu não sei se de corpo inteiro, mas com
certeza o espirito da família Cunha Lima baixou de vez na campanha de Romero
Rodrigues.
O governador Ricardo Coutinho era
esperado na convenção do PSDB. Não veio e deu uma justificativa pouco
convincente. Ricardo Coutinho vai subir no palanque de Romero ou vai dar um
apoio “a distância”?
O PMDB homologou a candidatura de
Tatiana Medeiros, que terá Bruno Roberto (PR) como vice. O PMDB buscou outros
nomes até a ultíssima hora, mas não conseguiu. Teria o prefeito Veneziano
perdido à capacidade de atrair aliados? Tive a impressão que Bruno ficou como
vice de Tatiana por falta de opção melhor. Mas, eles podem vir a ter um bom
desempenho na campanha e uma solução aparentemente ruim, pode passar a ser a
melhor das opções.