Na pesquisa CAMPINA FM-6SIGMA tivemos 45.9% de homens entrevistados e 54.5% de
mulheres. Vamos inferir que a eleitora campinense não tem mais, ou diminuiu, as
prevenções contra mulheres candidatas vistas em outras eleições. Daniella Ribeiros
e Tatiana Medeiros foram mais lembradas no grupo das mulheres do que no dos
homens. Daniella teve 24.4% nas mulheres contra 19.8% nos homens e Tatiana teve
17.4% e 11.7% respectivamente.
Arthur Almeida, Romero Rodrigues, Guilherme
Almeida, Sizenando Leal e Alexandre Almeida tiveram mais intensão de votos no
grupo dos homens do que no das mulheres. Ou seja, os entrevistados preferiram
os candidatos e as entrevistadas preferiram as candidatas. Se isso é uma
tendência a ser seguida a ponto de influenciar no resultado da eleição ainda
não se sabe. Historicamente o eleitorado brasileiro não se orienta por essa
perspectiva. Ainda é algo a ser estudado, mas as mulheres preferem, em geral,
votar nos homens.
Quando consideramos a faixa etária dos
entrevistados vemos que o eleitorado entre 16 e 34 anos prefere Daniella
Ribeiro, enquanto o eleitorado acima de 35 anos prefere Romero Rodrigues. Tatiana Medeiros perde em todas as faixas etárias
tanto para Romero quanto para Daniella, o mesmo acontecendo com todos os outros
candidatos. Ao que parece o eleitorado mais maduro prefere o candidato apoiado
pelo senador Cássio Cunha Lima o eleitorado mais jovem quer um prefeito que não
seja aliado do senador Cássio e nem do prefeito Veneziano.
Considerando a escolaridade dos entrevistados Romero
é o candidato preferido entre os eleitores com ensino fundamental, superior e com
pós-graduação. Daniella é a preferida entre os eleitores com ensino médio. No
entanto, e como se vê na pesquisa toda, os percentuais que separam Romero e Daniella
são baixos. No grupo do ensino médio Daniella é preferida por 22.2% enquanto Romero
por 22% dos entrevistados. Interessa ver que no quesito grau de instrução Tatiana
Medeiros só fica em primeiro lugar no grupo dos que assumem que não possuem
nenhuma instrução com 24.4%, seguida de perto por Daniella com 22.2% e Romero
com 17.8%.
A variável escolaridade orientará os comitês de
campanha na elaboração do guia eleitoral. Pois, sabemos, que o nível de
instrução do eleitor é preponderante no modo como ele define em quem vai votar.
Quem melhor souber ler os dados levará vantagem.
Vejamos, agora, a projeção para o 2º turno. O caro
ouvinte deve perguntar: mas, como, se a campanha eleitoral mal começou? Eu
explico. Com as projeções podemos entender, ou não, muito do que se faz agora.
Os candidatos orientam suas estratégias para trilhar um 1º turno que os leve ao
2º, pelo menos os que possuem dois dígitos percentuais na pesquisa. Neste
aspecto o GRUPO 6SIGMA também inovou.
Ao invés de pegar os dois candidatos melhor
colocados na pesquisa estimulada e perguntar em qual o entrevistado votaria num
aprovável 2º turno, se adotou outro modus
operandis. A pergunta foi: “se o seu candidato não for para o 2º turno e
apoiar o candidato x, o senhor vota nele?”. Claro, os três primeiros colocados
na pesquisa estimulada é que aparecem na questão. Assim se desenhou três
cenários.
No cenário 01 a pergunta era: “se o seu candidato não for para o 2º turno e apoiar Daniella, o senhor
vota nela?”. 62.2% disseram sim; 23.7% não; e 14.1% disseram não saber. No
cenário 02 a pergunta era: “se o seu
candidato não for para o 2º turno e apoiar Romero, o senhor vota nele?”. 46%
disseram sim; 37% não; e 17.1% disseram não saber. No cenário 03 a pergunta
era: “se o seu candidato não for para o
2º turno e apoiar Tatiana, o senhor vota nela?”. 31% disseram sim; 51.4%
não; e 17.3% disseram não saber.
O melhor cenário é o de Daniella, pois mais de 60%
aceitam votar nela num 2º turno. Romero fica abaixo dos 50%, não é ruim, mas
deveria ser melhor para quem realmente almeja a vitória. O pior cenário é o de Tatiana,
pois mais de 50% dizem que não aceitar votar nela num 2º turno.
Vejamos as projeções para o 2º turno, considerando
os dados da pesquisa estimulada que trouxe Romero em 1º, Daniella em 2º e Tatiana
em 3º. No cenário 01, Romero enfrentaria Tatiana. 42.6% votariam nele e
23.8% nela. No cenário 02, Romero enfrentaria Daniella e teria 31.6%
contra 38.4% da deputada. No cenário 03, Daniella se bateria com Tatiana
e teria 46.1% contra 19.4% da ex-secretária de saúde.
Também aqui Daniella se sai melhor. Pois de três
cenários, ela ganha em dois e Romero ganha em um. Mais uma vez os resultados
são desfavoráveis a Tatiana que não ganharia em nenhum cenário.
O que importa aqui é ver como os candidatos
orientam suas estratégias. Interessa o comportamento dos candidatos entre si.
Não parece ser inteligente bater em um adversário que pode se tornar aliado no
2º turno. Mas, não questionar os adversários para não abrir arestas pode
parecer algo pusilânime, coisa que definitivamente o eleitorado de Campina
Grande não perdoa em um candidato.