terça-feira, 17 de julho de 2012

TORTURANDO OS DADOS ATÉ QUE ELES FALEM – PARTE II


Na pesquisa CAMPINA FM-6SIGMA tivemos 45.9% de homens entrevistados e 54.5% de mulheres. Vamos inferir que a eleitora campinense não tem mais, ou diminuiu, as prevenções contra mulheres candidatas vistas em outras eleições. Daniella Ribeiros e Tatiana Medeiros foram mais lembradas no grupo das mulheres do que no dos homens. Daniella teve 24.4% nas mulheres contra 19.8% nos homens e Tatiana teve 17.4% e 11.7% respectivamente.


Arthur Almeida, Romero Rodrigues, Guilherme Almeida, Sizenando Leal e Alexandre Almeida tiveram mais intensão de votos no grupo dos homens do que no das mulheres. Ou seja, os entrevistados preferiram os candidatos e as entrevistadas preferiram as candidatas. Se isso é uma tendência a ser seguida a ponto de influenciar no resultado da eleição ainda não se sabe. Historicamente o eleitorado brasileiro não se orienta por essa perspectiva. Ainda é algo a ser estudado, mas as mulheres preferem, em geral, votar nos homens.


Quando consideramos a faixa etária dos entrevistados vemos que o eleitorado entre 16 e 34 anos prefere Daniella Ribeiro, enquanto o eleitorado acima de 35 anos prefere Romero Rodrigues. Tatiana Medeiros perde em todas as faixas etárias tanto para Romero quanto para Daniella, o mesmo acontecendo com todos os outros candidatos. Ao que parece o eleitorado mais maduro prefere o candidato apoiado pelo senador Cássio Cunha Lima o eleitorado mais jovem quer um prefeito que não seja aliado do senador Cássio e nem do prefeito Veneziano.


Considerando a escolaridade dos entrevistados Romero é o candidato preferido entre os eleitores com ensino fundamental, superior e com pós-graduação. Daniella é a preferida entre os eleitores com ensino médio. No entanto, e como se vê na pesquisa toda, os percentuais que separam Romero e Daniella são baixos. No grupo do ensino médio Daniella é preferida por 22.2% enquanto Romero por 22% dos entrevistados. Interessa ver que no quesito grau de instrução Tatiana Medeiros só fica em primeiro lugar no grupo dos que assumem que não possuem nenhuma instrução com 24.4%, seguida de perto por Daniella com 22.2% e Romero com 17.8%.


A variável escolaridade orientará os comitês de campanha na elaboração do guia eleitoral. Pois, sabemos, que o nível de instrução do eleitor é preponderante no modo como ele define em quem vai votar. Quem melhor souber ler os dados levará vantagem.


Vejamos, agora, a projeção para o 2º turno. O caro ouvinte deve perguntar: mas, como, se a campanha eleitoral mal começou? Eu explico. Com as projeções podemos entender, ou não, muito do que se faz agora. Os candidatos orientam suas estratégias para trilhar um 1º turno que os leve ao 2º, pelo menos os que possuem dois dígitos percentuais na pesquisa. Neste aspecto o GRUPO 6SIGMA também inovou.


Ao invés de pegar os dois candidatos melhor colocados na pesquisa estimulada e perguntar em qual o entrevistado votaria num aprovável 2º turno, se adotou outro modus operandis. A pergunta foi: “se o seu candidato não for para o 2º turno e apoiar o candidato x, o senhor vota nele?”. Claro, os três primeiros colocados na pesquisa estimulada é que aparecem na questão. Assim se desenhou três cenários.


No cenário 01 a pergunta era: “se o seu candidato não for para o 2º turno e apoiar Daniella, o senhor vota nela?”. 62.2% disseram sim; 23.7% não; e 14.1% disseram não saber. No cenário 02 a pergunta era: “se o seu candidato não for para o 2º turno e apoiar Romero, o senhor vota nele?”. 46% disseram sim; 37% não; e 17.1% disseram não saber. No cenário 03 a pergunta era: “se o seu candidato não for para o 2º turno e apoiar Tatiana, o senhor vota nela?”. 31% disseram sim; 51.4% não; e 17.3% disseram não saber.


O melhor cenário é o de Daniella, pois mais de 60% aceitam votar nela num 2º turno. Romero fica abaixo dos 50%, não é ruim, mas deveria ser melhor para quem realmente almeja a vitória. O pior cenário é o de Tatiana, pois mais de 50% dizem que não aceitar votar nela num 2º turno.


Vejamos as projeções para o 2º turno, considerando os dados da pesquisa estimulada que trouxe Romero em 1º, Daniella em 2º e Tatiana em 3º. No cenário 01, Romero enfrentaria Tatiana. 42.6% votariam nele e 23.8% nela. No cenário 02, Romero enfrentaria Daniella e teria 31.6% contra 38.4% da deputada. No cenário 03, Daniella se bateria com Tatiana e teria 46.1% contra 19.4% da ex-secretária de saúde.


Também aqui Daniella se sai melhor. Pois de três cenários, ela ganha em dois e Romero ganha em um. Mais uma vez os resultados são desfavoráveis a Tatiana que não ganharia em nenhum cenário.


O que importa aqui é ver como os candidatos orientam suas estratégias. Interessa o comportamento dos candidatos entre si. Não parece ser inteligente bater em um adversário que pode se tornar aliado no 2º turno. Mas, não questionar os adversários para não abrir arestas pode parecer algo pusilânime, coisa que definitivamente o eleitorado de Campina Grande não perdoa em um candidato.