segunda-feira, 23 de julho de 2012

QUANDO OS CANDIDATOS SE ENFRENTAM. PARTE I.


O debate de sábado começou prometendo ser acirrado. Arthur Almeida, em sua primeira participação, disse “que o familismo na política prejudica Campina Grande”. Mas, isso foi apenas no início. Depois, Arthur preferiu adotar a linha propositiva e se focou em seus projetos. Não que isso seja ruim, pois empresta nível ao debate. Mas, ele não esqueceu as frases de efeito que os candidatos tanto dizem e sapecou que “um filho da feira irá resolver os problemas da feira central de Campina Grande.”

Guilherme Almeida teve participação coerente com sua personalidade política. Sempre calmo, e sem querer se envolver nos embates, ele buscou a linha propositiva. Ele não entrou em polêmicas, mesmo porque esta não é sua estratégia. Ao contrário de Sizenando Leal, ele não aceita o que os ingleses chamam de “go to fight”, ou seja, ele não vai para o confronto. Guilherme afirmou que sua candidatura está “livre de compromissos com qualquer grupo”.  No entanto, reeditou o bate-bola, com Daniella Ribeiro, feito no debate de quando ainda eram pré-candidatos.

Outros dois candidatos que bateram bola foi Tatiana Medeiros e Alexandre Almeida. É a situação em que um pergunta para que o outro fale bem de si mesmo ou do governo que apoia. Tatiana perguntou a Alexandre qual a impressão dele sobre a saúde em Campina Grande. Alexandre não se fez de rogada e desandou a elogiar a saúde na gestão atual. Fez questão de mostrar o quanto é fiel ao prefeito Veneziano. Não poupou elogios ao governo do PMDB. Será que foi por isso que Sizenando Leal o chamou de laranja?

Daniella Ribeiro teve a participação que se esperava. Foi fiel a tática que delimitou. Bateu no governo municipal e consequentemente na candidatura de Tatiana Medeiros. Ela foi a candidata mais centrada, demonstrando frieza singular. Ao contrário da atitude um tanto quanto passional de Tatiana Medeiros, Daniella manteve a calma.

Por vezes, percebi certo distanciamento dela. Coisa de quem trata a eleição como algo técnico. Daniella é a típica política profissional. Como Romero Rodrigues não veio ao debate, não se pôde saber como Daniella vai se comportar quando tiver que ir para o enfrentamento com seu principal adversário. Ela criticou a gestão de Veneziano, mas não pareceu interessada em enfrentamentos. É como se ela quisesse se poupar, já que o candidato que ela tem como seu real concorrente não estava no debate.

Alexandre e Tatiana disputaram para ver quem mais defendia a gestão do prefeito Veneziano. Alexandre chegou a usar a clássica frase do continuísmo. “muito já se fez, mas ainda é preciso avançar”. Tatiana, esta sim candidata da situação, teve que responder às criticas a sua gestão na Secretaria de Saúde e ao prefeito Veneziano. Terminou sendo pautada no debate. Dito de outra forma, ela ficou nas cordas, obrigada que foi a replicar às críticas. Ela pediu um direito de resposta, após uma intervenção de Arthur Almeida, sem ao menos especificar a critica ou acusação que queria responder. A comissão de direito de resposta indeferiu o pedido.

Na véspera do debate, tivemos uma reunião com os assessores jurídicos de cada candidato para discutir as regras do jogo. Todos os candidatos estavam representados, à exceção de Alexandre Almeida. Daí, se especulou se o candidato do PT viria ao debate no sábado.  Mas foi Romero Rodrigues, que havia enviado seu representante para a reunião da sexta, que não veio ao debate alegando problemas de saúde.

Alexandre Almeida veio ao debate mesmo não tendo participado da definição das regras. Aliás, ele foi o único a ter recebido direito de resposta ao final do debate. É que o Sizenando Leal, do PSOL, disse que “a postulação de Alexandre é um apêndice da candidatura de Tatiana e é uma candidatura laranja”.

Aliás, como eu sei que vão me perguntar quem venceu o debate, me anteciparei para dizer que se a contenda teve um vencedor, foi Sizenando Leal. Eu explico. Ele foi o que mais promoveu o “go to fight”. Ele foi aquele que procurou o confronto, sem aderir a baixaria. Alguma coisa errada nisso? Não. É isso que se espera de um candidato que está na disputa sem reais chances de vitória. Se não há possibilidades claras de se eleger, que se promova a ação no debate. Estou a defender a baixaria no debate? Claro que não. Defendo que o embate aconteça, pois eles são adversários e disputam a preferencia do eleitor.