O debate de sábado começou prometendo ser acirrado. Arthur Almeida, em
sua primeira participação, disse “que o familismo na política prejudica Campina
Grande”. Mas, isso foi apenas no início.
Depois, Arthur preferiu adotar a linha propositiva e se focou em seus projetos.
Não que isso seja ruim, pois empresta nível ao debate. Mas, ele não esqueceu as
frases de efeito que os candidatos tanto dizem e sapecou que “um filho da feira irá resolver os problemas
da feira central de Campina Grande.”
Guilherme Almeida teve
participação coerente com sua personalidade política. Sempre calmo, e sem
querer se envolver nos embates, ele buscou a linha propositiva. Ele não entrou em polêmicas, mesmo porque esta não
é sua estratégia. Ao contrário de Sizenando Leal, ele não aceita o que os ingleses chamam de “go to fight”, ou seja, ele não vai para o confronto. Guilherme
afirmou que sua candidatura está “livre de compromissos com qualquer
grupo”. No entanto, reeditou o
bate-bola, com Daniella Ribeiro, feito no debate de quando ainda eram
pré-candidatos.
Outros dois candidatos que
bateram bola foi Tatiana Medeiros e Alexandre Almeida. É a situação em que um
pergunta para que o outro fale bem de si mesmo ou do governo que apoia. Tatiana
perguntou a Alexandre qual a impressão dele sobre a saúde em Campina Grande. Alexandre
não se fez de rogada e desandou a elogiar a saúde na gestão atual. Fez questão de mostrar o quanto é fiel ao prefeito Veneziano.
Não poupou elogios ao governo do PMDB. Será que foi por isso que Sizenando Leal
o chamou de laranja?
Daniella Ribeiro teve a participação que se
esperava. Foi fiel a tática que delimitou. Bateu no governo municipal e
consequentemente na candidatura de Tatiana Medeiros. Ela foi a candidata mais
centrada, demonstrando frieza singular. Ao contrário da atitude um tanto quanto
passional de Tatiana Medeiros, Daniella manteve a calma.
Por vezes, percebi certo distanciamento dela.
Coisa de quem trata a eleição como algo técnico. Daniella é a típica política
profissional. Como Romero Rodrigues não veio ao
debate, não se pôde saber como Daniella vai se comportar quando tiver que ir
para o enfrentamento com seu principal adversário. Ela criticou a gestão de Veneziano,
mas não pareceu interessada em enfrentamentos. É como se ela quisesse se
poupar, já que o candidato que ela tem como seu real concorrente não estava no
debate.
Alexandre e Tatiana disputaram
para ver quem mais defendia a gestão do prefeito Veneziano. Alexandre chegou a
usar a clássica frase do continuísmo. “muito
já se fez, mas ainda é preciso avançar”. Tatiana, esta sim candidata da
situação, teve que responder às criticas a sua gestão na Secretaria de Saúde e
ao prefeito Veneziano. Terminou sendo pautada no debate. Dito de outra forma,
ela ficou nas cordas, obrigada que foi a replicar às críticas. Ela pediu um
direito de resposta, após uma intervenção de Arthur Almeida, sem ao menos
especificar a critica ou acusação que queria responder. A comissão de direito
de resposta indeferiu o pedido.
Na véspera do debate, tivemos uma
reunião com os assessores jurídicos de cada candidato para discutir as regras
do jogo. Todos os candidatos estavam representados, à exceção de Alexandre
Almeida. Daí, se especulou se o candidato do PT viria
ao debate no sábado. Mas foi Romero
Rodrigues, que havia enviado seu representante para a reunião da sexta, que não
veio ao debate alegando problemas de saúde.
Alexandre Almeida veio ao debate mesmo não
tendo participado da definição das regras. Aliás, ele foi o único a ter
recebido direito de resposta ao final do debate. É que o Sizenando Leal, do PSOL, disse que “a postulação de Alexandre
é um apêndice da candidatura de Tatiana e é uma candidatura laranja”.
Aliás, como eu sei que vão me
perguntar quem venceu o debate, me anteciparei para dizer que se a contenda
teve um vencedor, foi Sizenando Leal. Eu explico. Ele foi o que mais promoveu o
“go to fight”. Ele foi aquele que procurou o confronto, sem aderir a baixaria.
Alguma coisa errada nisso? Não. É isso que se espera de um candidato que está
na disputa sem reais chances de vitória. Se não há possibilidades claras de se
eleger, que se promova a ação no debate. Estou a defender a baixaria no debate?
Claro que não. Defendo que o embate aconteça, pois eles são adversários e
disputam a preferencia do eleitor.