Diariamente eu visito o
DIVULGACAND. É o sistema do Tribunal Superior Eleitoral onde se pode acompanhar
o status das solicitações de registros de candidaturas a prefeito e vereador de
todo o Brasil.
De acordo com a atualização das 21h32m
de ontem (07/08) temos 559 candidatos a prefeito, 562 a vice-prefeito e 11.263
candidatos a vereador em toda a Paraíba. Isso significa que estes 12.384
políticos tiveram suas solicitações de registro de candidatura deferidas pela
Justiça Eleitoral da Paraíba e que estão aptos a disputarem a eleição de
outubro.
Podemos ver, também, que 45
candidatos a prefeito tiveram suas solicitações indeferidas. São as
candidaturas tidas como inaptas para disputarem o pleito de outubro. Um exemplo
é Luceninha Filho (PMDB), de Cabedelo, que foi enquadrado na Lei da Ficha
Limpa. Ele foi condenado por usar veículos da Câmara Municipal de Cabedelo em
favor pessoal durante a campanha eleitoral de 2008. Outro exemplo é da prefeita
de Pombal, Polyana Dutra (PT) que teve sua candidatura indeferida por que a
justiça eleitoral entendeu que ela estaria concorrendo a um terceiro mandato
consecutivo.
Um caso interessante é o de
Bonito de Santa Fé que teve duas candidaturas a prefeito indeferidas. O motivo?
As coligações de Sabino Dias (PSD) e Vanilton Holanda (PHS) não preencheram
suas chapas proporcionais com 30% de candidaturas femininas. Assim Bonito de
Santa Fé pode vir a ter eleição com uma única chapa. Aliás, de acordo com o
DIVULGACAN, já temos 27 cidades com apenas um candidato a prefeito. É a
democracia brasileira criando uma forma nova de diminuir a grande quantidade de
candidatos – pela pura e simples eliminação.
Estes casos nos dão ideia de como
a justiça eleitoral anda rigorosa. As candidaturas que não se apresentam
rigorosamente dentro das especificações legais estam sendo indeferidas. Resta
saber se isso é bom ou ruim. Será que este é o único procedimento para podermos
ter melhores opções no momento de irmos às urnas?
Aqui em Campina Grande temos a
chapa do PSOL impugnada. É que o vice de Sizenando Leal foi considerado
inelegível por ausência de quitação eleitoral. Mas, isso não é problema.
Sizenando já tem outro vice e deve receber o registro que permitirá que ele
dispute a eleição.
Já a situação da coligação “Pra
Campina Crescer em Paz” é mais delicada. O vice de Daniella Ribeiro, Perón
Japiassú, é do PT que não integra a coligação de Daniella e tem a postulação
própria de Alexandre Almeida. Daniella tem dito que não abre mão de ter o
petista Perón em sua chapa. Na verdade, Daniella não quer é ficar sem os
preciosos minutos que o PT lhe traria para o guia eleitoral.
Mas, como os humores dos juízes
eleitorais não andam lá essas coisas, seria melhor Daniella arrumar outro (ou
outra) vice o quanto antes. Se Daniella quer paz, como sempre diz, seria melhor
esquecer o PT, que só pensa em guerra. Mas, vamos variar sobre o mesmo tema.
Quase todos os atuais vereadores
de Campina Grande só pensam em se reeleger. E eu vou logo dizendo que tenho
baixa expectativa acerca da taxa de renovação na Câmara Municipal para a
próxima legislatura.
É que um vereador buscando a
reeleição sabe bem o caminho das pedras. Sabe o que deve e o que não deve
fazer. Já o novato carece de capital eleitoral, de informações privilegiadas e,
em geral, de dinheiro para financiar sua campanha.
Em Campina Grande temos 16 vereadores. Mas a
partir de 2013, vamos ter 23. O cenário mais provável é que algo em torno de
90% dos atuais vereadores se reelejam. Assim, estas 07 novas vagas devem ser
alvo de disputa de algo em torno de 350 candidatos. Ou seja, quase 50
candidatos lutarão por uma única vaga na Câmara de Vereadores de Campina
Grande.
E vejam que dos atuais 16 vereadores, 15
querem continuar na Câmara em 2013. O único que não vai tentar a reeleição é
Fernando Carvalho (PT do B). Ele até quis ser candidato a prefeito, mas não
sobreviveu ao período probatório das pré-candidaturas. Mas, Fernando não vai
ficar ao relento, pois sua filha é candidata a vereadora, podendo até mesmo vir
a ser vice na chapa de Daniella Ribeiro com a forçosa saída de Perón Japiassú.
O fato é que deve ser muito bom ser vereador,
senão não seria algo tão disputado. A quem diga que ser vereador é melhor até
do que vender gelo no deserto, com a diferença que o mandato de vereador não derrete
diante do sol inclemente.