terça-feira, 19 de novembro de 2013

ESTADO DE COISAS NA EDUCAÇÃO DA PARAÍBA.







O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba e a equipe de Jornalismo da Campina FM resolveram fazer uma radiografia da situação da educação pública paraibana. Seguindo caminhos diferentes, eles terminaram encontrando o mesmo estado de coisas. O TCE fez um RAIO X do ensino no Estado e apresentou um relatório intitulado “Matriz de Achados da Auditoria Operacional”. Por ele, se vê que 42.68% dos professores da rede pública da Paraíba são prestadores de serviço.




Daí já aparece uma incoerência. É que neste governo de Ricardo Coutinho já foram feitos três grandes concursos públicos para contratar professores efetivos e mesmo assim quase 43% dos professores continuam sendo os chamados temporários. Para o TCE, o excepcional se tornou coisa comum. O professor temporário não goza da mesma situação do efetivo. Além de não ter as mesmas garantias trabalhistas do efetivo, ele se submete aos contratos temporários, por vezes precários.





Na Matriz do TCE se viu grande insatisfação para com a carreira docente, pois os Planos de Cargos, Carreiras e Remuneração são desatualizados e os mecanismos de valorização da atuação dos professores são frágeis. Numa das reportagens feitas pela equipe de Jornalismo da Campina FM se viu a falta de incentivos no tocante à qualificação. Uma professora disse que eles têm as formações para cursarem, mas muitos não participam por falta de condições materiais. Num certo momento uma professora disse que: “A gente precisa de mais gente do nosso lado. Que nos entenda e que goste mais da educação. Que sinta na pele o que é ser um educador, que olhe para essas crianças com um olhar a mais”.





Na verdade, precisamos de gestores com olhar, tato, audição, paladar e olfato sensíveis à educação. Precisaríamos colocar em cada gestor público um pouco da sensibilidade de um Cristovam Buarque, aquele candidato que só falava em educação, felizmente. A auditoria do TCE foi feita a partir de quatro eixos: gestão; professores; infraestrutura; financiamento. É na questão da infraestrutura onde o calo mais dói. Não por acaso foi nesse eixo onde se viu mais criticas e reclamações nas reportagens da Campina FM.





O TCE achou elevado grau de precariedade nas redes elétricas e hidrosanitárias das escolas. Os nossos repórteres também. O TCE verificou que 96.67% dos alunos estam insatisfeitos com as estruturas físicas de suas escolas. Os nossos repórteres também. Apenas 48.5% das escolas auditadas conseguem minimamente cumprir os requisitos básicos de funcionamento. Viu-se, por exemplo, que o conforto térmico, acústico e de ventilação da maioria das salas de aula é ruim ou regular.



 



Vejamos mais dados do TCE. 69.5% dos sanitários tem um estado de conservação e limpeza ruim ou regular. 62.8% das escolas visitadas, pelos auditores do TCE, não possuem laboratórios de ciências e as que possuem os equipamentos estam obsoletos. Nossos repórteres visitaram a escola Dep. Álvaro Gaudêncio de Queiróz e constataram que o prédio da Instituição precisa de uma urgente reforma. Sua diretora disse que a escola foi fundada há 30 anos e que nunca passou por uma reforma.




O prédio tem vazamentos e o sistema elétrico está comprometido, com várias gambiarras. A laje está danificada, com várias rachaduras. A diretora disse que já enviou ofícios para a Secretaria de Educação, sem ter tido qualquer resposta. Um professor disse que a falta de estrutura atrapalha bastante e que eles não dispõem de um laboratório de ciências, por isso não se fazem aulas práticas na Escola Dep. Álvaro Gaudêncio de Queiróz.





Na Escola Estadual Isabel Rodrigues de Melo, no distrito de Galante, existe uma sala onde se pode ler afixada a uma porta um cartaz informando que ali funciona o laboratório de informática da escola. Detalhe: não existem computadores dentro da sala. Esta escola tem o programa “Mais Educação” que prevê condições para que o aluno permaneça mais tempo na escola desenvolvendo atividades. Uma delas é a oficina de futebol, mas a escola não tem uma quadra para que se pratique este esporte.





A Escola Estadual Nossa Senhora Aparecida, no Bairro do Mutirão, não possui uma quadra e nem um refeitório. Também não possui espaço físico suficiente para que se construam estes equipamentos essenciais. Com esse quadro, lembrei “A Casa” de Vinícius de Moraes. “Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada. Ninguém podia entrar nela não, porque na casa não tinha chão. Ninguém podia dormir na rede, porque na casa não tinha parede”. Assim são umas escolas estaduais da Paraíba. Não tem sala de aula boa, não tem banheiro que preste, não tem computador, não tem laboratório. E sabe o que não tem também? Gestores sensíveis para com a verdade acima de tudo e de todos: “SEM A EDUCAÇÃO SOMOS NADA”.




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AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.







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