As eleições estaduais de 2014 prometem ser uma das mais
disputadas que já tivemos. E eu não falo isso por causa dos atores políticos
que vão se lançar à disputa ao governo do Estado. Falo por uma questão que vai
tornar o jogo eleitoral bem mais complexo. Neste momento temos três atores
políticos paraibanos atuando, com destaque, em Brasília. Eles tem se movido no cenário
político nacional em condição de influir nas grandes decisões. Em 2014, eles
vão, literalmente, dar as cartas no processo estadual.
Eu me refiro ao
Ministro das Cidades Aguinaldo Ribeiro, que é, também, deputado federal
licenciado. Ele é filiado ao Partido Progressista e é visto como a liderança
principal do PP em nível regional e nacional. Aguinaldo Ribeiro é um dos
ministros mais fortes do governo Dilma. A presidente faz questão de demonstrar
que o tem em alta conta. Se não fosse assim, ele não seria o titular de um
ministério tão importante na campanha que busca reeleger Dilma.
Falo, também, do
Senador da República Cássio Cunha Lima que, neste momento, participa ativamente
de articulações políticas na qualidade de um dos vice-presidentes do PSDB. Na
verdade, ele se tornou um tipo de “supersecretário” do seu partido. Enquanto
Aécio Neves viaja o Brasil cuidando de sua candidatura à presidência da
República, Cássio Cunha Lima atua como uma espécie de “porta voz” do senador
mineiro. É ele que tem dado as declarações espinhosas em nome de Aécio Neves. Outro
dia, Cássio estava em São Paulo, numa reunião com o governador Geraldo Alckmin,
costurando a chapa do PSDB para as eleições paulistas. O senador paraibano é
cotado para coordenar, em nível nacional, a campanha de Aécio neves.
O 3º ator político relevante é o senador, pelo PMDB, Vital
Fº que é, reconhecidamente, um ativo parlamentar em Brasília. Há muito tempo
que Vital Fº deixou o baixo clero para ocupar espaço no alto clero do Congresso
nacional. Ele, por exemplo, preside a Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania no Congresso. A CCJ é a comissão mais importante do Congresso
Nacional. Além de outras tantas comissões, Vital foi o presidente da “CPMI do
Cachoeira”.
Estes três atores vão demandar seus interesses, e dos
respectivos grupos políticos que lideram, nas eleições de 2014. Existem duas
características que os aproxima. Uma é o fato de terem na cidade de Campina
Grande seus redutos políticos de origem. Isso significa muito, pois nossa cidade é o
segundo maior colégio eleitoral da Paraíba e é onde os processos eleitorais
estaduais se resolvem. Vejam que Ricardo Coutinho só se elegeu governador da
Paraíba pela diferença de votos que aqui obteve. Não ficar em primeiro lugar na
eleição para governador em Campina Grande é mais de meio caminho andando para a
derrota final, José Maranhão que o diga.
A outra característica é aquela que faz a diferença entre
ser liderança e ser liderado. É que os três chegaram a um patamar onde importa mais
influir nas articulações do que propriamente ser candidato. Não é que eles não
possam se candidatar, mas é que eles podem se dar ao luxo de se colocarem para
além e acima disso.
Aguinaldo Ribeiro não parece estar interessado em ser
candidato a governador, mesmo que a presidente queira. O ministro só consegue
ver a eleição estadual como parte do palanque que conduzirá a campanha para
reeleição de Dilma Rousseff. Os projetos localizados, dos partidos do “blocão”,
por exemplo, são nada para o Ministro Aguinaldo se não puderem ser uma peça no
jogo de xadrez que é a eleição presidencial 2014. Nesse jogo, Aguinaldo não
chega a ser um rei, mas está longe de ser um peão.
Cássio Cunha Lima se encontra na
confortável situação de ser a noiva da eleição estadual. Todos, principalmente
o governador Ricardo Coutinho, aguardam pela resposta final do senador, i.e.,
se ele será ou não candidato a governador. Cássio se deleita com
o fato de ver os destinos das eleições 2014 na Paraíba passarem por suas mãos. Oposição
e situação fazem seus cálculos sempre considerando o fator Cássio. Enquanto
isso, ele segue pavimentando sua carreira política nacional.
Vital Fº foi indicado pelo PMDB para ocupar o
Ministério da Integração Nacional com a saída do PSB, de Eduardo Campos, do
governo federal. Tem encontrado resistências por todos os lados, mas o fato de
ter sido indicado quer dizer algo. Vital Fº concentra em suas mãos forte poder
de fogo para viabilizar ou não a candidatura de seu irmão, Veneziano Vital, a
governador da Paraíba. Inclusive, ele mesmo não descarta a possibilidade de ser
o candidato desde que possa contar com apoio da presidente Dilma.
A questão agora é
acompanhar a atuação desses três atores no cenário nacional e como eles vão
influindo nas definições estaduais. De uma coisa se sabe, a partir de janeiro
de 2015, um dos três distribuirá cartas no Palácio da Redenção em João Pessoa.
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AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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