Ontem eu analise as
avaliações dos vereadores Ivonete Ludgério, Olímpio Oliveira, Lula Cabral,
Metuselá Agra e Napoleão Maracajá sobre este primeiro ano de gestão do prefeito
Romero Rodrigues. Hoje eu vou analisar mais cinco avaliações. O presidente da
Câmara Municipal, Nelson Gomes Filho, deu nota oito à gestão municipal. O
vereador não destoou do discurso da situação e apontou a municipalização do
hospital Pedro I como o maior feito da gestão de Romero Rodrigues. Ele chegou a
dizer que esse feito vai ficar na história de Campina Grande. A situação está
mesmo afinada, pois Nelson também citou a compra dos terrenos para a construção
do 3º Distrito Industrial. De fato são ações importantíssimas.
Mas, eu fico com a impressão que a base aliada ao prefeito Romero,
na Câmara Municipal, gerou um discurso único em torno das avaliações de final
de ano. Parece que eles receberam um roteiro para orientarem suas falas. O vereador Alexandre do Sindicato se esforçou,
como sempre, nos elogios a gestão e não fugiu do roteiro estabelecido. Citou a
municipalização do Hospital Pedro I, a construção de unidades habitacionais e
citou avanços na mobilidade urbana, mas não disse quais. Depois de alguma
insistência o vereador Alexandre resolveu dar uma nota 9.9 ao prefeito Romero. Seria
bom saber o que faltou para que ele atribuísse logo de uma vez a nota 10. Este
um décimo que ele não deu se deve a quê? Modéstia? Alexandre lembrou que a bancada do prefeito na
Câmara Municipal tem apoiado todas as ações da administração municipal. E, de
fato, é isso que se espera de uma base de aliados. Estranho seria se a situação
estivesse sistematicamente contra o prefeito.
Apesar de que se foi o tempo em que situação se posicionava a favor
do governo e a oposição se colocava contra. O que vemos, hoje, é a situação
emparedando o governo em busca de benesses e a oposição lhe dando apoio para,
também, auferir lucros. O vereador Cícero Rodrigues, mais conhecido como
Buchada, avaliou a gestão como muito difícil. Mas, ele disse que pelo empenho
do prefeito em buscar benefícios para o povo e para a cidade a gestão se
tornou, também, relevante. Buchada deu nota nove ao prefeito, citou a
municipalização do Pedro I, insistiu que foi tudo muito difícil e por fim disse
que teve muitos pontos positivos. Como o vereador não deu exemplos, para o bem
e para o mal, sua avaliação se restringe a nota atribuída.
O vereador Joseildo
Alves, conhecido por “galego do leite”, disse que neste primeiro ano a gestão
ficou abaixo da média. Mas ele alertou que devemos ter prudência e compreender
que o prefeito administra com o orçamento da gestão anterior. Galego do leite
disse que houve várias promessas de campanha, que houve uma mudança, mas que a
cidade ainda carece de várias respostas. Assim ele justificou o fato de afirmar
que a gestão está abaixo da média. Essa é a avaliação feita para não se
comprometer com a oposição e a situação e muito menos com o prefeito. O
vereador diz que a gestão está abaixo da média, mas que isso se deve ao
orçamento da gestão anterior. Ou seja, essa é a avaliação que bate e assopra.
A última avaliação
foi do vereador Pimentel Filho que é vice-presidente da Câmara Municipal e o
parlamentar mais antigo da Casa de Félix Araújo. Ele disse que só não daria dez,
porque tem que esperar o fim gestão, mas que sua nota é excelente – um oito. Pimentel
deve, também, ter lido o roteiro da situação e lembrou a municipalização do
Hospital Pedro I. Ele falou genericamente em outros projetos de leis que foram
aprovados na Câmara Municipal, mas não citou nenhum. Pimentel deve ter lembrado
que é, ou foi, da oposição e disse que espera mais, que o vereador sempre
espera mais do prefeito. De fato, esperamos bem mais do prefeito até porque estamos
apenas terminando o primeiro ano de governo. O próprio prefeito deve, também, esperar
bem mais.
Pimentel ainda disse que o governo está no caminho certo. Sua nota foi
oito, mas considerando os elogios, leia-se dez. Chama atenção como vereadores
da oposição, a exceção de Olímpio Oliveira, foram elogiosos para com a gestão
municipal. Alguns foram
efusivamente elogiosos, contradizendo até mesmo a avaliação sensata e sincera
do prefeito. Na verdade, foram avaliações de extremos, teve nota dez e nota
zero, e medianas, com alguns vereadores querendo evitar maiores comprometimentos.
Somadas as notas,
atribuídas pelos dez vereadores, o prefeito Romero Rodrigues não se saiu mal.
Ele obteve uma nota sete, i.e., dois pontos acima da nota que ele mesmo se
atribuiu. Na verdade, atribuir notas importa quase nada. O que importa é a
percepção que o cidadão tem sobre os rumos da administração. O que é relevante
é se a gestão está conseguindo prover bem estar para o cidadão campinense.
Importa, então, que você, caro ouvinte, faça sua própria avaliação. Por fim,
temos que ter claro que essas avaliações são motivadas pelas relações políticas
estabelecidas entre os poderes. Em geral, elas são feitas sob o manto protetor
dos comprometimentos políticos. Cabe-nos puxar o manto e descobri-las.
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AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.