Estive andando pelos
principais cartões postais de Campina Grande e vi que eles já estam com suas
devidas decorações natalinas. O Açude Velho e a principal entrada de nossa
cidade foram ornados em cores vivas. A
comparação foi inevitável. Lembrei-me do melancólico dezembro de 2012 sem uma
única lâmpada natalina acessa nesta cidade pela prefeitura e com o lixo
amontoado nas principais ruas do centro comercial de Campina Grande.
Tentei fazer uma grosseira comparação desse primeiro ano da
administração de Romero Rodrigues com aquele último ano da administração de
Veneziano Vital. Rapidamente conclui que isso não seria possível devido a
enormes e gritantes diferenças. Ao contrário de 2013, 2012 foi ano eleitoral.
No final do ano passado, Veneziano amargava uma derrota que ainda pode vir a
lhe custar caro. Romero Rodrigues se preparava para assumir o poder municipal,
após a vitória nas urnas. Agora, Veneziano só pensa em eleição e atua para viabilizar
sua candidatura a governador do Estado pelo PMDB. Romero Rodrigues só pensa em
sua administração e tem sido difícil arrancar dele alguma declaração sobre as
eleições de 2014.
Aliás, Veneziano recebeu essa semana uma notícia ruim que pode lhe
tirar o sono e o palanque. É que o ex-presidente Lula, senhor de todas as
articulações políticas, partidárias e eleitorais, interviu na questão da
Paraíba. Já que PT, PP e PMDB não se entendem sobre que nome lançar para impedir
a reeleição do governador Ricardo Coutinho, e como as rejeições em torno do
nome de Veneziano só aumentam, inclusive no próprio PMDB, Lula sacou um “tertius”. Ou seja, ele ofereceu outra via
ao nome que desagrada 9 entre 10 aliados paraibanos do governo federal. A ideia
foi lançar o deputado federal Manoel Jr, também do PMDB, como candidato a
governador de todas as oposições ao governo do estado.
Ao que tudo indica
PP e PT gostaram da ideia de Lula. Vários setores do PMDB vão terminar
aceitando. Na verdade que não gostou nem um pouco dessa história foram os irmão
Vital. Mas, o senador Vital Fº será efetivado ministro da Integração Nacional. E
Veneziano Vital pode, na pior das hipóteses, sair candidato a deputado federal
para ocupar a cadeira de sua mãe, a deputada Nilda Gondim, que não parece se
sentir a vontade no Congresso Nacional.
Enquanto isso,
Romero Rodrigues surfa numa onda confortável. Ele tem, hoje, o melhor dos
mundos para um político, pois é o prefeito da cidade que resolve as eleições
estaduais na Paraíba e que não precisa se preocupar com a disputa eleitoral de
2014. Romero goza de uma liberdade acima das cores partidárias. Na solenidade da
segunda, onde se anunciou a construção de 4 mil casas em Campina Grande, Romero
teceu largos elogios e agradecimentos ao Ministro das Cidades Aguinaldo
Ribeiro. Nosso prefeito disse que: “Aguinaldo
abriu as portas do seu ministério antes mesmo de minha posse”.
Romero, que é do PSDB, agradeceu ao ministro, que é do PP. E tem mais, ele agradeceu e elogiou a presidente Dilma. Romero se referia ao fato que só foi possível a liberação de R$ 160 milhões da Caixa Econômica Federal, para obras de mobilidade urbana na zona leste de nossa cidade, pela decisiva intervenção do Ministro Aguinaldo Ribeiro. Se Romero Rodrigues estivesse preocupado com a luta pelo voto em 2014 jamais faria tal discurso. Quando um politico diz que brigas e embates devem ficar para o momento eleitoral é porque ele não está preocupado com eleição. Claro, o ministro Aguinaldo tem seus interesses eleitorais. Ele precisa se reeleger deputado federal em 2014 para reassumir o Ministério das Cidades em 02/01/2015 se, e somente se, Dilma Rousseff foi reeleita presidente do Brasil.
Na verdade,
Romero e Aguinaldo tratam de não fechar portas, pois na política é assim mesmo,
o adversário de hoje pode vir a ser o aliado de amanhã, sendo que a recíproca é
absolutamente verdadeira. Sempre se poderá dizer que Romero age como o administrador
que coloca os interesses da cidade a frente das questões políticas e eu não
duvido disso. Mas, consideremos que a liberdade de ação de Romero pode ter haver
com um sintoma deste momento. Eu me refiro ao fato de que o Senador Cássio
Cunha Lima, importante liderança e chefe político do grupo ao qual pertence o
prefeito Romero, têm sistematicamente se ausentado das coisas da política
paraibana. Romero tem um cenário favorável neste momento. Veneziano terá que
remar tudo novamente agora que Lula sugeriu outro movimento eleitoral. Por
motivos diferentes, ambos devem ficar na parte de trás dos palanques de 2014.
AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
Nenhum comentário:
Postar um comentário