Na semana que passou
a equipe de jornalismo da Campina FM entrevistou dez vereadores e pediu que
eles avaliassem este primeiro ano da administração do prefeito Romero
Rodrigues. Pediu-se, também, que eles atribuíssem notas a gestão municipal. Eu
vou analisar essas avaliações e vou, também, atribuir uma nota a administração
local. Mas, não esperem que eu atribua uma nota zero, pois sempre se pode encontrar
coisas boas em um governo eleito pelo povo. Também não vou dar uma nota dez. Em
avaliações quantitativas, numa escala de zero a dez, não se atribui nota
máxima, pois a perfeição simplesmente não existe, muito menos na política, onde
se vive ao sabor da realidade que em geral se coloca acima de nossos gostos e
desejos.
O prefeito Romero Rodrigues discordou dos que avaliaram sua gestão
pelos extremos. Ele foi sensato e fez uma média, dizendo que seu governo merece
uma nota cinco, pois algumas coisas foram feitas, mas ainda existem muitas
ações a serem realizadas. A vereadora Ivonete Ludgério foi mais realista do que
o rei e disse que o governo merece dez, pois com dificuldades financeiras e
jurídicas inovou pela determinação e coragem. Ela se baseou mais na pessoa do
prefeito do que na sua gestão para atribuir tal nota. Ivonete citou melhorias
na moradia e a valorização dos servidores, mas seu destaque foi a
municipalização do Hospital Pedro I. A vereadora é líder do governo na Câmara,
eu não esperava que ela o reprovasse. Mas, dizer que a gestão é perfeita foi um
exagero.
O vereador Olímpio Oliveira foi dúbio em sua avaliação. Ele alegou que
não podia julgar uma pessoa, em que pese ter sido inquirido para avaliar a
gestão, e depois disse que ia atribuir uma nota musical ao governo pelo
conjunto da obra em 2013. Ele disse que a nota musical era RE, de retrocesso.
Olímpio disse que o governo de Romero gerou uma expectativa de inovação, mas
continua fazendo as mesmas coisas do governo anterior, que não se percebe mudanças
significativas. Olímpio afirmou que políticas importantes de governos
anteriores foram extintas e citou o fechamento dos restaurantes e cozinhas
populares. Segundo o vereador, isso seria um retrocesso, pois a segurança
alimentar da população pobre estaria ameaçada.
Sendo o vereador
Olímpio da oposição eu não esperava dele uma avaliação positiva do governo
Romero, mas ele pesou a mão em sua análise, pois não conseguiu apontar qualquer
beneficio e só citou um único recuo dessa administração. O que vemos aqui são
avaliações motivadas pelos interesses políticos. A situação maximiza sua
avaliação, exagerando os feitos do governo, enquanto a oposição minimiza, ou
nega, as ações da gestão municipal. Esse jogo nós bem conhecemos.
O vereador Lula
Cabral considera válida a tentativa do governo em reestruturar a administração
municipal e lembrou a desapropriação do terreno, onde será erguido o 3º
Distrito Industrial de Campina Grande, como ação central dessa gestão. Lula
Cabral deu nota nove à gestão de Romero e foi longe no otimismo. Ele disse que
esta vai ser uma das administrações mais exitosas que Campina já teve. Só não se sabe se ele estava fazendo um
prognóstico ou um mero exercício de futurologia.
Metuselá Agra foi realista, deu nota sete e frisou que aprova a
gestão. Para ele, seria impensável dar nota dez, pois ninguém é perfeito. Ele
procurou ser coerente com o fato de ser do PMDB, que é da oposição. Mas, sua
avaliação foi bastante elogiosa. Ele disse que a reorganização da
infraestrutura do município e ações na saúde e na educação são um fato, apesar
de termos muitas pendências. A análise do vereador foi sóbria e bastante
cuidadosa. Ele receou exagerar nos elogios e nas criticas.
O vereador
Napoleão Maracajá disse que preferia pontuar algumas observações, ao invés de
dar uma nota. É que ele segue tendo que lidar com o dilema de representar
servidores públicos e ser de um partido, o PC do B, que é da base aliada do
governo. Napoleão disse que no quesito transparência o governo vai muito mal.
Para ele a dispensa de licitações e o fechamento dos restaurantes populares
comprometem e maculam a gestão municipal em 2013. Como era de se esperar,
Napoleão disse que a relação do governo com os servidores públicos é muito ruim
devido à expectativa que o então candidato Romero Rodrigues gerou pelas promessas
feitas que, por sinal, não teriam sido cumpridas.
O vereador disse que a única promessa atendida
foi um reajuste dado à educação e que não há outro fato positivo para os
servidores. Como item positivo, Napoleão citou a municipalização do Pedro I,
mas insistiu que a gestão de Romero fica abaixo da média. A avaliação de Napoleão
Maracajá foi feita bem mais pelo sindicalista do que pelo político filiado ao
PC do B. Assim, não se podia mesmo esperar uma visão otimista ou positiva da
gestão de Romero. Amanhã, continuarei analisando as opiniões dos vereadores,
não esquecendo que ainda não atribui minha própria nota.
AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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