terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A ÚLTIMA PESQUISA DE 2013.



A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o IBOPE divulgaram na semana passada uma pesquisa de opinião que merece ser analisada por dois motivos. Primeiro, ela é a última de 2013. Agora só vamos ter novos dados lá pela metade de março de 2014. É que o carnaval só vai acontecer nos primeiros dias de março. E, como se sabe, se tem algo que levamos realmente a sério é esse negócio de não ficar sério e cair na farra. Mas, a pesquisa CNI/Ibope inovou ao permitir que cruzemos os dados das avalições. É que ela aferiu como a população brasileira tem avaliado o desempenho do governo de Dilma Rousseff e o desempenho dos governos estaduais. Inclusive, ela traz a avaliação do governo Dilma por Unidades da Federação.

Não deixa de ser interessante ver como Dilma é avaliada nos estados de origem de seus correntes nas eleições de 2014. Eu falo de Minas Gerais, estado de Aécio Neves, de São Paulo, estado de José Serra e de Pernambuco, estado de Eduardo Campos. Importa ver se Dilma consegue ser tão bem avaliada quanto o governador Eduardo Campos é no seu estado de Pernambuco. Interessa, ainda, ver como aliados de Dilma são avaliados em seus estados. É o caso do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.

Mas, vamos aos números. 43% dos entrevistados afirmaram que o governo Dilma é ótimo ou bom. Em setembro, 37% diziam a mesma coisa. É que naquele momento as manifestações ainda aconteciam e o governo patinava sem saber o que fazer com elas. Agora, que ninguém mais lembra das manifestações e os “black blocs” estúpidos encontram coisa melhor para fazer, o governo federal volta a ser melhor avaliado. Sem contar que Dilma tem sabido capitalizar para si a prisão dos mensaleiros. É que a sociedade avalia de forma positiva o fato de Dilma Rousseff, ao contrário de Lula, não ter demonstrado que queria influir numa grande virada de mesa de forma que os mensaleiros petistas não fossem obrigados a cumprirem suas penas.

O percentual de brasileiros que consideram o governo regular era de 39% em setembro e agora caiu para 35%. Já os que consideram o governo ruim ou péssimo eram 22% em setembro e agora temos uma margem de 20%.  Aqui, temos que considerar a questão do regular, pois isso pode significar algo bom ou ruim, dependendo dos referenciais que se queira tomar. As pesquisas que aferem esse tipo de coisa pecam ao não definirem exatamente o que querem dizer com regular. Diz-se que um governo é regular por ele ser constante, metódico, ordenado, uniforme.


 

Eu posso dizer que o governo é regular porque paga o funcionalismo público sempre no mesmo dia. Mas, isso não me autoriza a dizer se ele paga bons ou maus salários. Um governo pode ser regularmente bom ou regularmente ruim. Assim, se eu pegar os 35% dos que atestam Dilma regular e somar aos 43% dos que a tem como ótima ou boa chegarei a um percentual de 78% de aprovação do governo Dilma. Se eu pegar esses mesmos 35% do item regular e somar aos 20% que consideram Dilma ruim ou péssima terei um total de 55% de rejeição.

Assim, a oposição pode dizer que a metade dos brasileiros afirma que o governo Dilma é ruim ou péssimo. Já a situação pode retrucar e dizer que quase 80% dos brasileiros considera o governo Dilma ótimo ou bom. Como se vê, é só uma questão de saber modelar os dados de acordo com os interesses. A pesquisa CNI/Ibope quis saber o que a população espera de Dilma em 2014. 45% dos entrevistados disseram que esperam que o governo seja ótimo ou bom. Já 30% acham que ele será regular e 21% acham que será péssimo ou ruim.

O que se percebe aqui é que, quando o assunto é governo, as pessoas não fazem projeções, preferem repetir a avaliação do presente. O que, diga-se de passagem, não está errado, na medida em que nossa realidade política é bastante volúvel. Quando se avalia o governo Dilma por área de atuação constatamos a percepção das ruas. O Combate à fome e à pobreza é aprovado por 53% da população e desaprovado por 45%. É que os programas assistencialistas são defendidos por quem deles precisa. E são desaprovados pelas camadas que não precisam deles para sobreviver. É preciso lembrar que as pessoas são contra os programas de combate à fome e pobreza por serem obrigadas a financia-los através da cobrança desenfreada de impostos pelo governo.

Aliás, quando o assunto é imposto não há governo no Brasil que se sustente. A política fiscal do governo Dilma é desaprovada por mais de 73% da população. Pudera, nossa carga tributária é uma das mais altas do mundo e tende sempre a subir, nunca a cair. Eu ainda voltarei a analisar os dados dessa pesquisa. Ainda temos muito que tratar, principalmente os dados sobre os governos estaduais e de como eles podem influir nos processos que definiram as composições para as eleições 2014.


Você tem algo a dizer sobre essa COLUNA ou quer sugerir uma pauta? gilbergues@gmail.com

AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.

Nenhum comentário: