sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

USANDO OS DADOS PARA JOGAR O JOGO.

No início da semana eu afirmei, aqui no POLITICANDO, que a política fiscal do governo Dilma é desaprovada por mais de 73% da população. É que nossa carga tributária é uma das mais altas do mundo, tendendo sempre a subir, nunca a cair. Interessa notar que a carga tributária aumenta sempre, mas investimentos em políticas públicas, para educação e saúde, por exemplo, nunca são prioridade. Deve ser por isso que o percentual de brasileiros que desaprovam o item educação segue acima dos 50%.

Na pesquisa CNI/Ibope, de setembro, 33% dos brasileiros aprovavam as ações do governo federal para a educação e 65% desaprovavam. Na rodada de novembro, 39% dizem aprovar e 58% dizem desaprovar. Quando o assunto é saúde aqueles índices de aprovação ao governo federal são contrariados, pois 72% dos brasileiros desaprovam as ações do governo Dilma para a área da saúde. É preciso atentar para essa contradição. Vamos cruzar os dados.

Se 43% dizem que o governo é ótimo ou bom, se 56% aprovam a maneira de Dilma Governar e 52% confiam na presidente, como é que 72% afirmam que desaprovam a saúde, já que ela é um sensível tema para se avaliar o desempenho do governo? Um governo que se diz tão preocupado com as questões sociais deveria estar sendo bem melhor avaliado em educação e saúde. A questão é que a saúde vem sendo um gargalo do governo federal desde o primeiro mandato de Lula. O fato é que desde o governo de FHC que a prioridade, em termos de programas sociais, é o assistencialismo desenfreado em torno de programas, como o “Bolsa Família”, que servem para alavancar popularidades e capitais eleitorais.

O tema da segurança desautoriza a confiança no governo Dilma. Em setembro, 74% reprovavam o quesito segurança pública. Este índice caiu 4 pontos percentuais em novembro. Ainda temos que 27% aprovam a política de segurança do governo federal. Ninguém de Campina Grande foi entrevista nessa pesquisa. Do contrário teríamos um índice de 100% de reprovação, pois, hoje, as únicas certezas dos campinenses é que o sol vai nascer amanhã e que vivemos em uma terra sem lei, entregue a marginalidade.

Em termos de combate a pobreza, temos um empate técnico, com os percentuais oscilando dentro da margem de erro. 53% dizem aprovar as ações do governo e 47% afirmam que desaprovam. A questão, aqui, é que a população só lembra dos programas assistencialistas quando trata do combate a pobreza. Os governos petistas conseguiram convencer os brasileiros que a única maneira de combater a pobreza é através do assistencialismo eleitoreiro. Se tivéssemos relacionando combate à pobreza com relevantes políticas públicas voltadas para o desenvolvimento econômico e social provavelmente veríamos algo em torno de 80% da população desaprovando o combate a pobreza do governo Dilma.

O combate à inflação é outra área onde o governo de Dilma foi desautorizado. Em setembro, 68% dos brasileiros não aprovavam a política de combate à inflação. Em novembro, 63% seguem desaprovando. A explicação, aqui, é formal. O brasileiro que vai ao supermercado e a feira, que vai farmácia e ao comércio de roupas, bem sabe que não seguimos mais a risca a política de estabilidade econômica. Existe uma inflação latente entre nós.  É por isso que quase 70% dos brasileiros não acreditam que o governo federal exerce de forma eficaz uma política de combate a inflação. Isto, sim, é algo para tirar o sono de Dilma, pois inflação e crise econômica têm alto poder de destruir capitais eleitorais.

A pesquisa quis saber como os brasileiros comparam os governos de Lula e Dilma. O caro ouvinte pode perguntar se isso deve nos interessar. Sim, deve, pois sendo Dilma o eterno poste de Lula interessa saber se, e como, um influi no capital eleitoral do outro. Entre setembro e novembro, 14% dos brasileiros consideravam o governo Dilma melhor do que o de Lula. Mas, agora 34% acham que o governo de Lula é melhor do que o de Dilma. Apesar de que, em setembro, esse percentual chegou aos 42 pontos percentuais. Em setembro, 44% dos brasileiros consideravam os governos de Dilma e Lula iguais. Em novembro esse percentual ficou em 49%. Mesmo que comparar governos seja algo subjetivo, é preciso não esquecer que existem claras diferenças para o bem e para o mal.
 

Dilma pode ser positivamente melhor do que Lula por não querer proteger os mensaleiros, mas pode ser negativamente igual a Lula quando vemos o jeito acovardado como lida com o Congresso Nacional. Eu voltarei a tratar desses dados analisando as avaliações de Dilma pelas cinco regiões, principalmente na região Nordeste. E vou, também, tratar da popularidade e aceitação dos governos estaduais, principalmente o da Paraíba.

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AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.

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