terça-feira, 31 de dezembro de 2013

QUE NOTA VOCÊ DÁ AO PREFEITO? PARTE II.


Ontem eu analise as avaliações dos vereadores Ivonete Ludgério, Olímpio Oliveira, Lula Cabral, Metuselá Agra e Napoleão Maracajá sobre este primeiro ano de gestão do prefeito Romero Rodrigues. Hoje eu vou analisar mais cinco avaliações. O presidente da Câmara Municipal, Nelson Gomes Filho, deu nota oito à gestão municipal. O vereador não destoou do discurso da situação e apontou a municipalização do hospital Pedro I como o maior feito da gestão de Romero Rodrigues. Ele chegou a dizer que esse feito vai ficar na história de Campina Grande. A situação está mesmo afinada, pois Nelson também citou a compra dos terrenos para a construção do 3º Distrito Industrial. De fato são ações importantíssimas.

Mas, eu fico com a impressão que a base aliada ao prefeito Romero, na Câmara Municipal, gerou um discurso único em torno das avaliações de final de ano. Parece que eles receberam um roteiro para orientarem suas falas.  O vereador Alexandre do Sindicato se esforçou, como sempre, nos elogios a gestão e não fugiu do roteiro estabelecido. Citou a municipalização do Hospital Pedro I, a construção de unidades habitacionais e citou avanços na mobilidade urbana, mas não disse quais. Depois de alguma insistência o vereador Alexandre resolveu dar uma nota 9.9 ao prefeito Romero. Seria bom saber o que faltou para que ele atribuísse logo de uma vez a nota 10. Este um décimo que ele não deu se deve a quê? Modéstia?  Alexandre lembrou que a bancada do prefeito na Câmara Municipal tem apoiado todas as ações da administração municipal. E, de fato, é isso que se espera de uma base de aliados. Estranho seria se a situação estivesse sistematicamente contra o prefeito.

Apesar de que se foi o tempo em que situação se posicionava a favor do governo e a oposição se colocava contra. O que vemos, hoje, é a situação emparedando o governo em busca de benesses e a oposição lhe dando apoio para, também, auferir lucros. O vereador Cícero Rodrigues, mais conhecido como Buchada, avaliou a gestão como muito difícil. Mas, ele disse que pelo empenho do prefeito em buscar benefícios para o povo e para a cidade a gestão se tornou, também, relevante. Buchada deu nota nove ao prefeito, citou a municipalização do Pedro I, insistiu que foi tudo muito difícil e por fim disse que teve muitos pontos positivos. Como o vereador não deu exemplos, para o bem e para o mal, sua avaliação se restringe a nota atribuída.

O vereador Joseildo Alves, conhecido por “galego do leite”, disse que neste primeiro ano a gestão ficou abaixo da média. Mas ele alertou que devemos ter prudência e compreender que o prefeito administra com o orçamento da gestão anterior. Galego do leite disse que houve várias promessas de campanha, que houve uma mudança, mas que a cidade ainda carece de várias respostas. Assim ele justificou o fato de afirmar que a gestão está abaixo da média. Essa é a avaliação feita para não se comprometer com a oposição e a situação e muito menos com o prefeito. O vereador diz que a gestão está abaixo da média, mas que isso se deve ao orçamento da gestão anterior. Ou seja, essa é a avaliação que bate e assopra.

 

A última avaliação foi do vereador Pimentel Filho que é vice-presidente da Câmara Municipal e o parlamentar mais antigo da Casa de Félix Araújo. Ele disse que só não daria dez, porque tem que esperar o fim gestão, mas que sua nota é excelente – um oito. Pimentel deve, também, ter lido o roteiro da situação e lembrou a municipalização do Hospital Pedro I. Ele falou genericamente em outros projetos de leis que foram aprovados na Câmara Municipal, mas não citou nenhum. Pimentel deve ter lembrado que é, ou foi, da oposição e disse que espera mais, que o vereador sempre espera mais do prefeito. De fato, esperamos bem mais do prefeito até porque estamos apenas terminando o primeiro ano de governo. O próprio prefeito deve, também, esperar bem mais.

Pimentel ainda disse que o governo está no caminho certo. Sua nota foi oito, mas considerando os elogios, leia-se dez. Chama atenção como vereadores da oposição, a exceção de Olímpio Oliveira, foram elogiosos para com a gestão municipal. Alguns foram efusivamente elogiosos, contradizendo até mesmo a avaliação sensata e sincera do prefeito. Na verdade, foram avaliações de extremos, teve nota dez e nota zero, e medianas, com alguns vereadores querendo evitar maiores comprometimentos.

Somadas as notas, atribuídas pelos dez vereadores, o prefeito Romero Rodrigues não se saiu mal. Ele obteve uma nota sete, i.e., dois pontos acima da nota que ele mesmo se atribuiu. Na verdade, atribuir notas importa quase nada. O que importa é a percepção que o cidadão tem sobre os rumos da administração. O que é relevante é se a gestão está conseguindo prover bem estar para o cidadão campinense. Importa, então, que você, caro ouvinte, faça sua própria avaliação. Por fim, temos que ter claro que essas avaliações são motivadas pelas relações políticas estabelecidas entre os poderes. Em geral, elas são feitas sob o manto protetor dos comprometimentos políticos. Cabe-nos puxar o manto e descobri-las.

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AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.

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