sexta-feira, 25 de julho de 2014

CADA CANDIDATO COM SEU JOGO.





Entre o final da semana passada e a metade desta tivemos duas grandes pesquisas eleitorais aferindo a intenção de votos para a presidência da República. O Datafolha e o Ibope trouxeram pesquisas pouco divergentes entre si como ainda veremos. Tivemos, ainda, a divulgação do Índice Band. A TV Bandeirante promete dar um tratamento semanal aos números das pesquisas que forem sendo divulgadas. O cientista político Antônio Lavareda anunciou que esta é uma ferramenta especial da eleição 2014.

Sim, é algo interessante, pois se propõem a fazer uma síntese de todos os dados que vão sendo publicados. Mas, não é nada tão especial assim. Na verdade é algo muito simples. A ideia é fazer uma média ponderada entre as intenções de voto de cada candidato. Na média ponderada leva-se em conta que cada valor tem um peso diferente. Já na média aritmética simples, os valores possuem peso igual. Nas pesquisas eleitorais se utiliza a média ponderada já que os candidatos têm pesos diversos. Na verdade, é isso que fazemos o tempo todo nas pesquisas, já que ponderar significa avaliar, estudar, pesar, apreciar.

Mas, vamos às pesquisas. Vejamos que o Datafolha e o Ibope consideram fortemente a possibilidade de termos 2º turno. Pelo Datafolha, Dilma tem 36 pontos percentuais e os outros candidatos, juntos, possuem exatamente 36%. No Ibope, Dilma tem 38% e todos os outros candidatos aparecem com 36 pontos percentuais. A eleição se resolve no 1º turno se o candidato que ficar em 1º lugar tiver pelo menos um ponto percentual a mais do que todos os outros candidatos juntos. Deveremos ter o 2º turno, pois os candidatos tendem a aumentar seus percentuais à medida que vão ficando mais conhecidos através da propaganda eleitoral e da campanha de rua.

Claro, uma campanha mal conduzida, que comete muitos erros no guia eleitoral, pode fazer uma candidatura naufragar, afinal sempre se pode ter surpresas numa eleição, mas é bom não esquecer o nível de profissionalismo empregado nas campanhas. O Datafolha traz Dilma em 1º com 36%, Aécio em 2º com 20%, Eduardo em 3º com 8% e o Pastor Everaldo em 4º com 3%. José Maria, Eduardo Jorge, Luciana Genro, Rui Costa e Eymael formam o bloco dos que tem um ponto percentual apenas. Levy Fidelix e Mauro Iasi não pontuaram. Já o Ibope traz Dilma com 38%, Aécio com 22%, Eduardo com 08% e Pastor Everaldo com 03%. No mais, fica tudo exatamente igual ao que o Datafolha apresenta.


Vejam como as diferenças são quase imperceptíveis. Entre uma e outra pesquisa vemos uma variação de apenas 2 pontos percentuais entre Dilma e Aécio. Mas, Eduardo Campos e Pastor Everaldo aparecem iguais nas duas pesquisas. Se na verificação para o 1º turno os dois Institutos quase não divergiram, quando vamos olhar as simulações feitas para o 2º turno encontramos significativa diferença. Os adeptos das teorias conspiratórias já estam de plantão pelas redes sociais. Eles procuram os planos mais mirabolantes para explicar tamanha diferença.

O Datafolha montou dois cenários para o 2º turno. No 1º, Dilma teria 44% e Aécio teria 40%. Já no 2º cenário, Dilma viria com 45% e Eduardo Campos com 38%. Para o Ibope, Dilma ganharia nos dois cenários. No 1º ela ficaria com 41% e Aécio com 33%. Já no 2º, a presidente teria 41% e Eduardo com 29%. Essas simulações de 2º turno servem bem mais para os candidatos que já lidam com os acordos para o 2º turno. Se no 1º turno tivemos uma espécie de coincidência entre os institutos, a cerca das preferências em torno dos candidatos, já no 2º turno tudo mudou. A questão é ver como e porque os Institutos encontraram percentuais tão diferentes.

Ainda sobre números, vemos a questão da rejeição. Pelo Datafolha, Dilma tem 35%, Pastor Everaldo 18%, Aécio 17%, Zé Maria 16%, Eymael e Levy Fidelix 14%, Eduardo e Rui Costa 12% e Luciana Genro, Mauro Iasi e Eduardo Jorge 11%. Pelo Ibope, os números da rejeição são quase os mesmos. O que vemos é Dilma e Aécio repetindo, na rejeição, os percentuais que apresentam na pesquisa estimulada. Dilma traz uma rejeição altíssima e Aécio mostra uma tendência ao crescimento dentro daqueles que dizem não votar de jeito nenhum no candidato.
 
Com uma rejeição dessa magnitude, os marqueteiros do PT devem andar no fio da navalha. Dilma está apresentando entre 08 e 09 pontos percentuais acima daquele limite máximo da rejeição que é de 27 pontos. Mas, existem duas variáveis pesando nesta questão. Uma é o efeito do desastre da seleção brasileira na Copa do Mundo e a outra é que a rejeição da candidata Dilma está se misturando a opinião do que não aprovam o governo de Dilma Rousseff.

Em alguns estados, a rejeição é direcionada a Lula, mas como ele não é candidato a nada e apoia Dilma, os eleitores terminam canalizando suas insatisfações para a chefe de governo. Isso significa que Dilma não deve se preocupar com tamanha rejeição? Não, significa que se essa rejeição não começar a cair, ou dela não forem retiradas as variáveis externas, Dilma começa a correr sérios riscos de não continuar morando no Palácio da Alvorada a partir de janeiro de 2015.
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AQUI É O POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.

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