No sábado
passado a equipe de jornalismo da CAMPINA FM deu início à série de entrevistas
com os candidatos ao Governo do Estado da Paraíba. A primeira foi com o
candidato Antônio Radical do PSTU. Faremos seis entrevistas, sempre aos
sábados, no Debate Integração. Já no próximo sábado entrevistaremos o candidato
do PMDB, Vital Filho, e na sequência teremos Tárcio Teixeira, Ricardo Coutinho,
Cássio Cunha Lima e o Major Fábio. A entrevista com Antônio Radical começou com
a afirmação de que a candidatura do PSTU é uma opção de esquerda, socialista e
classista para os trabalhadores e a juventude do Estado da Paraíba. Aqui já
temos uma primeira questão.
É que um candidato que pretende ser eleito não pode querer ser a opção
para este ou aquele setor da sociedade. Nós bem sabemos que o eleito governará
para todos e não para um setor ou uma classe social. A não ser que o candidato
não queira se eleger. Mas, Antônio Radical pontua seu discurso na defesa dos
interesses das ditas minorias. Ele se refere às mulheres que são exploradas,
mesmo que não diga por quem elas são exploradas, aos negros e os homossexuais.
O discurso de Antônio se molda bem aos nossos dias. Ele é radical, mas não
deixa de ser politicamente correto como tanta gosta essa esquerda modernosa na
forma, mas um tanto quanto conservadora no conteúdo. O discurso dele é
corajoso, disso não se duvida.
Sua radicalidade reside no fato dele não se esquivar dos temas tabus de
nossa sociedade, ao contrário de outras candidaturas mais fortes. Antônio tem a coragem de denunciar os muitos
casos de assassinatos homofóbicos na Paraíba. Isso vai, provavelmente, lhe
tirar votos, pois ainda somos uma sociedade conservadora que tem um jeito falso
moralista de lidar com essas questões. Sem maiores pretensões eleitorais, a
postulação de Antônio Radical termina cumprindo um papel relevante. Aliás, foi
explicando porque é conhecido como “Radical” que Antônio pode explicar mais e
melhor sobre ele, seu partido e sua postulação. Ele explicou que esse apelido
vem dos tempos da militância estudantil na Universidade Federal da Paraíba.

Radical disse que o PT de hoje não representa o PT do passado. Mas, é
preciso lembrar que o PT mensaleiro de hoje foi sendo gestado ao longo de uma
história de quase 40 anos. Radical disse que o PT é um partido da ordem. Bom,
se existem partidos da ordem, deve, então, existir partidos da desordem. Neste
ponto, se equivoca Antônio Radical, pois os partidos são instituições que
compõem o Estado, portanto são todos da ordem e tem mesmo que ser. Em seguida,
Radical colocou o espectro político paraibana na mesma embalagem, ou no mesmo
saco, como queiram. E isso era mesmo de se esperar, inclusive será um dos motes
de sua campanha. A ideia é se diferenciar, distanciando-se, de todos os outros.

Mesmo que nós possamos concordar com essa elaboração, ela é simplista na
forma e rudimentar no conteúdo. Sim, a Paraíba paga muitos juros da dívida
pública, mas, para um candidato, isso não pode ser o único diagnóstico dos
problemas do Estado. Ao longo da entrevista isso se repetiu 3 ou 4 vezes.
Sempre que Antônio Radical era instado a falar dos problemas, seja na educação,
na saúde, na mobilidade urbana ou na segurança pública, ele trazia a questão
dos juros da dívida. Sim, muitos dos problemas se resolvem quando o Estado
aplica seus recursos nas soluções, mas a questão é como se fazer isso. Parar de
pagar juros é a panaceia que Radical aplicaria num Estado doente. Ele só não
disse como fazer isso.
AQUI É O
POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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