
O problema é que nenhum deles está disposto a dividir o tesouro que
vão encontrar. Cada um só pensa em encontrar o tesouro e numa forma de se
livrar de seus dois aliados de ocasião. Por causa de seus interesses, eles se
juntam e se separam ao longo do filme. Ontem, não tinha Copa do Mundo e eu
estava enfastiado das notícias da política partidária eleitoral da pequena e
heroica Paraíba. É que, às vezes, até o analista se cansa do rame-rame
partidário, apesar de que a política segue sendo algo fascinante. Resolvi,
então, assistir, pela 38º vez, ao duelo dos três homens em conflito. Mas, não
teve jeito, terminei relacionando o filme com fatos que há tantos dias estamos
acompanhando, até porque estava mesmo procurando assunto para esta Coluna.

O prazo para a realização das convenções partidárias se findou no
último dia 30. Até sábado, os partidos tinha que encaminhar ao TRE as atas das
convenções e as solicitações para o registro das candidaturas. Mas, ainda não temos
reais definições sobre algumas das candidaturas e coligações porque, para
variar, o processo já está sendo judicializado. Mais uma vez, teremos um
processo eleitoral tumultuado, recheado de incertezas. Como não poderia deixar
de ser, a problemática do momento passa pelo PT, com sua extrema capacidade de
tornar complexo o que poderia ser simples e objetivo, e pelo PMDB, com seu
fisiologismo em adiantado estado de putrefação.
PSDB e PSB, para citar alguns, agem no limite entre o formalismo
institucional e os informalismos pouco republicanos de toda sorte. Hoje, na
Paraíba, nenhum partido ganharia o papel do Bom. A disputa é para ver quem
ficaria com os papéis do Mau e do Feio. O PT estadual resolveu passar ao largo
de uma diretriz do seu Diretório Nacional. Como se sabe, PT e PMDB compõe uma
aliança em nível federal. O PMDB, por ser governista por definição, e o PT, por
ter se encantado pelo governismo de coalização. O PT da Paraíba resolveu levar
ao extremo as divergências com o PMDB e foi se aliar com o PSB do governador
Ricardo Coutinho. Deu-se a confusão. A questão central não é por que o PMDB
está preocupado em garantir um palanque para a chapa Dilma/Michel.
Os petistas já estavam se sentido confortáveis ao lado do
governador Ricardo Coutinho. Agora terão que, literalmente, tragar goela a
baixo o PMDB e sua postulação puro sangue com Vital Filho candidato a
governador e José Maranhão a senador. Inclusive, a Executiva Nacional do PT impetrou,
no TRE, petição que desautoriza petistas a se aliarem ao PSB. Mas, dirigentes
estaduais do PT rolam pelas redes sociais declarando guerra ao PMDB e apoio ao
governador Ricardo Coutinho. Esse filme, nós já assistimos. O PT vai, como sempre,
dividido para a eleição, submisso aos interesses de outros partidos. Os outros
partidos seguiram disputando o PT. Por causa do PT? Não, por causa daquele
tesouro que ele esconde em algum lugar. Agora, partidos maus e feios lutaram
até a morte por esse tesouro. Salve-se quem puder!
AQUI É O
POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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