Everson de Brito silva é o
palhaço Tirulipa. Ele é filho do palhaço profissional Tiririca que foi eleito
deputado federal em 2010 com mais de um milhão de votos.
Agora o Tiririca Jr. Quer ser
vereador em Fortaleza. Ele é filiado ao PSB, de Eduardo Campos e Ricardo Coutinho, e diz que vai desenvolver projetos na área de cultura. Ele tem os trejeitos do pai, usa
a mesma peruca ridícula e não é bom na arte de fazer rir, muito menos na de
politicar. O que temos aqui? Um fenômeno para analisar.
Os partidos vêm usando
comediantes, ex- jogadores, artistas, participantes de reality shows e pessoas
folclóricas da sociedade como puxadores de voto. Como é que isso funciona? Tome
uma figura estranha ao mundo da política e a faça ser candidata a um cargo
parlamentar, para que ela atue como puxadora de votos.
Aqui na Paraíba, por exemplo, o
deputado Toinho do Sopão ajudou a eleger mais dois parlamentares. É que ele
vitaminou a coeficiente eleitoral de sua coligação. Os partidos perderam o senso da
responsabilidade. Para aumentarem suas bancadas buscam de tudo quanto é
personagem. Tem para todos os gostos e desgostos.
Em Salvador a dançarina de axé
music, Cissa Chaggas (grafado assim mesmo com duas letras G)é candidata à Câmara Municipal pelo DEM. Detalhe, ela é
conhecida como “mulher maravilha” e se veste como tal.
Em São Paulo a mulher pera, que
atende pelo nome de Suéllem Rocha, é candidata a vereadora pelo PT do B.
Suéllem pera é a típica mulher objetivo e quer e gosta de ser tratada como tal.
O humorista Charles Henrique, do programa Pânico na TV, é candidato a vereador no Rio de Janeiro pelo PTB. Sua função é
aumentar os votos do partido. Charles deve saber tanto de política quanto eu de
humor.
O ex-joagador Marcelinho Carioca,
que já foi candidato a deputado federal pelo PSB em 2010, agora é candidato a
vereador em São Paulo. Na política ele
se comporta como se estivesse num campo de futebol, claro. Ainda ex-jogadores temos Washington, Roque Jr. Vampeta e Dinei que seguem Romário. Uma grata surpresa
como parlamentar, mesmo que seja exceção. E a lista só aumenta.
Temos dois ex-particiantes do Big Brother e o cantor Kiko da banda KLB. Até Sérgio Mallandro quer ser vereador. Deve ser para ficar fazendo “fru-fru” na Câmara dos Vereadores de São Paulo.
E que não se diga que votar em
palhaços, mulheres frutas, artistas decadentes e ex-jogadores desempregados é
um voto de protesto. Se você quer realmente protestar
contra as perversões de nosso sistema representativo pode usar o expediente do
voto nulo. Sim! Por que não?
Se um milhão de pessoas vota em
um palhaço estão demonstrando desrespeito (diria deboche) para com as
instituições políticas e o sistema como um todo.
Mas, se um milhão de pessoas
anulam seu voto podem demonstrar que não estam satisfeitas com o que se
apresenta e que querem algo melhor.
Lidamos com a democracia em
termos quantitativos e não cuidamos de sua qualidade. Não atentamos para o fato
de que eleição é condição necessária, porém insuficiente das democracias. Depois de quase 30 anos votando
parecemos saber quase nada sobre a representatividade quando damos um milhão de
votos para uma celebridade desmiolada.
É como se não
soubéssemos os significados de contratar a representação política através do
voto.Vamos ficar de olho, pois é possível que aqui mesmo em nossa cidade surja uma dessas candidaturas puxa-votos.