Terminou na madrugada de ontem a
consulta prévia para escolha do novo reitor da UEPB. A chapa cinco, do Profº Rangel
Jr., venceu com 4.061 votos. Vitória inconteste se considerarmos que a chapa
dois, do Profº Andrade, obteve 1.865 votos. Rangel Jr. abriu uma frente de mais
de dois mil votos sobre o segundo colocado. Havia alguma certeza quanto a essa
vitória. Bastava ver o comportamento da comunidade acadêmica nas redes sociais.
Os apoios à chapa cinco eram claríssimos.
Também não surpreendeu a votação
de três chapas derrotadas. Cada uma, com suas especificidades, teve a votação
que podia ou devia ter. A chapa três, da Profª Eliana Maia, teve 1.477 votos.
Ela teve o mérito de apontar algumas questões para serem repensadas na UEPB.
Uma consequente proposta da consulta partiu dela. Foi a da convocação de uma Estatuinte que possa dotar a UEPB de um estatuto adequado a realidade que vivemos. Com a
autonomia, precisamos de novas regras. Nosso ordenamento pouco responde as
atuais demandas.
Já a chapa quatro, do Profº Agassiz,
obteve 898 votos. E a chapa um, da Profª Mônica, obteve 698. Isso pode ser bom
ou ruim, depende do referencial que se tome. Se olharmos pela pouca, ou
nenhuma, inserção política que eles têm na UEPB, podemos afirmar que não deixa
de ser uma boa votação. Ou seja, eles estam no lucro! Por outra lado, é de se
perguntar como é possível reivindicar o poder sem ter os necessários recursos
políticos para isso.
A surpresa ficou por conta da
votação da chapa dois, do Profº Andrade. Pelo marketing agressivo, com material
de campanha em quantidade e qualidade gráfica, e pelos anos de inserção
política que o Profº Andrade tem na UEPB, com sua atuação sindical, era mesmo
de se esperar que ele tivesse uma robusta votação. Ao que tudo indica a
comunidade acadêmica da UEPB rejeitou o modelo de alinhamento ao governo
proposto pelo Profº Andrade.
Se atribuirmos um caráter
plebiscitário a consulta, poderemos inferir que quem votou na chapa cinco, do Profº
Rangel Jr., aprova a gestão da reitora Marlene Alves. Podemos genericamente,
então, considerar que os que votaram nas outras quatro chapas estavam de alguma
forma questionando a gestão atual? Falando em números, isso não é de todo
errado na medida em que as quatro chapas derrotadas somaram 4.938 votos, contra
os 4.061 do Profº Rangel Jr. Claro, vamos colocar aqui as insatisfações e
contestações de toda sorte, próprias de um processo como este.
Estes quase 900 votos que o Profº
Rangel Jr. teve de vantagem para as outras quatro chapas lhe dão legitimidade para
enfrentar o processo seguinte. É que o resultado da consulta será levado aos
órgãos colegiados da UEPB, onde será formulada a lista tríplice com os nomes
dos três primeiros colocados. Esta lista será levada ao governador Ricardo
Coutinho que escolherá um dos três e o nomeará reitor da UEPB. Muito já se
falou sobre isso, inclusive.
Espera-se que o governador
mantenha o espirito democrático e nomeie o Profº Rangel Jr. reitor,
independente de outras questões questão. E, claro, espera-se que o Profº Andrade
e todos os outros professores que concorreram, honrem o compromisso assumido
perante a comunidade acadêmica e não aceitem um resultado diferente daquele que
saiu das urnas.