segunda-feira, 28 de maio de 2012

MAIS UM DEBATE COM PAUTA DEFINIDA.


Sábado tivemos mais um debate entre pré-candidatos a prefeito de Campina Grande.  Participaram os deputados estaduais Daniella Ribeiro e Guilherme Almeida.



Antes de comentar o debate, devo dizer que o objetivo da equipe de jornalismo da CAMPINA FM foi atingido. Queríamos, no bom sentido, claro, pautar os candidatos. O objetivo era propor temas para que eles discutissem, demonstrando o nível de conhecimento que possuem sobre cada um dos temas e, claro, as propostas cabíveis. Desejávamos mesmo que eles não caíssem na vala comum das articulações e negociações. A política partidária não deve sobrepor as ideias e projetos de governo.



Claro que, no dia-a-dia da política eleitoral, os partidos e atores políticos só falam em composição de chapas e nas coisas da campanha eleitoral. Eles se fecham em seus interesses. Daí que se pudermos ter, ao menos em momentos pontuais, o debate de ideias e projetos tanto melhor para a sociedade e o cidadão.



Daniella e Guilherme debateram sobre três temas transversais: eventos turísticos, preservação do meio ambiente e transparência nas contas públicas. Eu não diria que Daniella Ribeiro venceu o debate. Mas ela esteve mais ativa e mais firme na defesa de suas propostas e opiniões do que Guilherme Almeida.



Num momento em que lidamos com pré-candidaturas, ela foi incisiva quanto a sua disposição de ir à disputa. E deixou claro que faz oposição ao atual governo municipal.  Em certo momento do debate, se referindo às contas da Prefeitura Municipal de Campina Grande, ela disse que “é preciso abrir a caixa preta da prefeitura”. Deu, inclusive, a preciosa informação de que os balancetes mensais da PMCG não chegam à Câmara Municipal. Se isto é verdade, temos algo sério a tratar. Com a palavra os vereadores de Campina Grande.



Enquanto Daniella não se furtou a fazer criticas a gestão de Veneziano. Guilherme não entrou nesta seara, pelo contrário se concentrou em suas propostas. E este foi o seu problema, já detectado em outras situações. Ele não se coloca de forma ativa. Não deixa claro se é oposição ou situação. Se é contra ou a favor. Mesmo já tendo sido aliada do grupo de Veneziano, Daniella fez uma opção clara. No momento faz oposição e diz em que aspectos se dão esta oposição. Guilherme tem dificuldades em firmar uma posição, pois até bem pouco tempo era secretario de obras da Prefeitura Municipal de Campina Grande e até quis ser o candidato de Veneziano.



O eleitor quer ver posições claras. Afinal ele tem que optar e são os candidatos que tem que dar os elementos necessários para que se façam as devidas opções. Daniella e Guilherme não se enfrentaram. Estiveram fraternalmente no debate. Cada um que procurasse passar a bola mais redonda possível para o outro.



Essa atitude foi tão acintosa que logo no início do debate nós tivemos uma situação que deu a entender como seria todo o debate. Através de sorteio Guilherme Almeida leu uma pergunta para Daniella Ribeiro. Ela leu a resposta para pergunta feita por Guilherme e ele exerceu seu direito a réplica, pasme, também lendo. Por pouco, Daniella, também, não leu a tréplica.



Eu tive nítida impressão que eles elaboraram juntos as perguntas e as respostas. Era como se o mesmo texto tivesse sido dividido em falas, como se faz no jornalismo. Mas isso é compreensível. Eles podem compor no 2º turno. Mas, de tão bem sintonizados deram-me a impressão que comporão em alguns dias já para o 1º turno. Poucas vezes vi candidatos, que disputarão o mesmo cargo, tão unidos. Parecia que tínhamos a nossa frente os candidatos a prefeito e vice-prefeito da mesma chapa.