Sábado tivemos mais um debate
entre pré-candidatos a prefeito de Campina Grande. Participaram os deputados estaduais Daniella
Ribeiro e Guilherme Almeida.
Antes de comentar o debate, devo
dizer que o objetivo da equipe de jornalismo da CAMPINA FM foi atingido.
Queríamos, no bom sentido, claro, pautar os candidatos. O objetivo era propor
temas para que eles discutissem, demonstrando o nível de conhecimento que
possuem sobre cada um dos temas e, claro, as propostas cabíveis. Desejávamos mesmo
que eles não caíssem na vala comum das articulações e negociações. A política partidária
não deve sobrepor as ideias e projetos de governo.
Claro que, no dia-a-dia da política
eleitoral, os partidos e atores políticos só falam em composição de chapas e
nas coisas da campanha eleitoral. Eles se fecham em seus interesses. Daí que se
pudermos ter, ao menos em momentos pontuais, o debate de ideias e projetos
tanto melhor para a sociedade e o cidadão.
Daniella e Guilherme debateram
sobre três temas transversais: eventos turísticos, preservação do meio ambiente
e transparência nas contas públicas. Eu não diria que Daniella Ribeiro venceu o
debate. Mas ela esteve mais ativa e mais firme na defesa de suas propostas e
opiniões do que Guilherme Almeida.
Num momento em que lidamos com
pré-candidaturas, ela foi incisiva quanto a sua disposição de ir à disputa. E
deixou claro que faz oposição ao atual governo municipal. Em certo momento do debate, se referindo às
contas da Prefeitura Municipal de Campina Grande, ela disse que “é preciso abrir a caixa preta da
prefeitura”. Deu, inclusive, a preciosa informação de que os balancetes
mensais da PMCG não chegam à Câmara Municipal. Se isto é verdade, temos algo
sério a tratar. Com a palavra os vereadores de Campina Grande.
Enquanto Daniella não se furtou a
fazer criticas a gestão de Veneziano. Guilherme não entrou nesta seara, pelo
contrário se concentrou em suas propostas. E este foi o seu problema, já
detectado em outras situações. Ele não se coloca de forma ativa. Não deixa
claro se é oposição ou situação. Se é contra ou a favor. Mesmo já tendo sido
aliada do grupo de Veneziano, Daniella fez uma opção clara. No momento faz
oposição e diz em que aspectos se dão esta oposição. Guilherme tem dificuldades
em firmar uma posição, pois até bem pouco tempo era secretario de obras da Prefeitura
Municipal de Campina Grande e até quis ser o candidato de Veneziano.
O eleitor quer ver posições
claras. Afinal ele tem que optar e são os candidatos que tem que dar os
elementos necessários para que se façam as devidas opções. Daniella e Guilherme
não se enfrentaram. Estiveram fraternalmente no debate. Cada um que procurasse
passar a bola mais redonda possível para o outro.
Essa atitude foi tão acintosa que
logo no início do debate nós tivemos uma situação que deu a entender como seria
todo o debate. Através de sorteio Guilherme Almeida leu uma pergunta para Daniella
Ribeiro. Ela leu a resposta para pergunta feita por Guilherme e ele exerceu seu
direito a réplica, pasme, também lendo. Por pouco, Daniella, também, não leu a
tréplica.
Eu tive nítida impressão que eles
elaboraram juntos as perguntas e as respostas. Era como se o mesmo texto
tivesse sido dividido em falas, como se faz no jornalismo. Mas isso é
compreensível. Eles podem compor no 2º turno. Mas, de tão bem sintonizados
deram-me a impressão que comporão em alguns dias já para o 1º turno. Poucas
vezes vi candidatos, que disputarão o mesmo cargo, tão unidos. Parecia que
tínhamos a nossa frente os candidatos a prefeito e vice-prefeito da mesma
chapa.