O pré-candidato a prefeito de Campina
Grande, pelo PTB, Arthur Almeida deu uma declaração expondo o que para ele
seria o fundo do poço da política eleitoral. As declarações de Arthur giraram
em torno de seu desapontamento sobre o que ele mesmo denominou de “ambiente pre-eleitoral de Campina Grande”.
Ele se referiu ao atual período,
onde partidos e atores políticos finalizam articulações e negociações visando às
convenções partidárias do próximo mês. Arthur disse que “(...) o que temos visto é de assustar. Causa espanto a fragilidade nas
posições e nos discursos. Estamos no limite do fundo do poço”. Para que Arthur
tenha dado uma declaração tão forte como esta, algo grave aconteceu. Talvez ele
tenha recebido uma proposta daquelas de fazer corar até Paulo Maluf.
Arthur disse, ainda, que a
sociedade paga um preço alto por este processo e que nas conversações, visando às
coligações, o “que existe são verdadeiras
negociatas”. Por fim, ele disse que são “raros
os partidos que discutem um projeto para a cidade”. Quanto a isso, nenhuma
novidade. Nada do que se surpreender.
Arthur jogou no ventilador o que
já sabemos. É notório que quando um candidato desiste de sua postulação é
porque, em geral, houve uma “verdadeira negociata”. Esta declaração seria mera
especulação se Arthur não estivesse envolvido até a medula no processo que
define quem concorrerá à prefeitura municipal.
Arthur pressentiu a gravidade das
declarações que dava e tentou amenizá-las, até para poder justificar porque
está envolvido nas tais negociações políticas. Disse ele que “essas questões não me desmotivam, pois a
verdadeira aliança é com o povo”. Na verdade, com o povo se faz um contrato
selado através do voto.
Independente de qualquer coisa, Arthur
prestou um grande serviço à sociedade quando expôs que as “verdadeiras
negociatas” existem. Assim, não temos mais dúvidas que alianças e coligações
são fechadas através de negociações em que propostas e projetos são o que menos
importam. Passamos a ter certeza que o toma-lá-da-cá existe de fato. Que se
negociam apoios em troca de cargos ou futuras postulações e até mesmo dinheiro,
porque não?
O fato é que antes da declaração,
já sabíamos que no “ambiente pré-eleitoral” impera um altíssimo nível de
objetividade e pragmatismo. Talvez não soubéssemos que estivessem praticando
essa política de terra arrasada. Os partidos se unem visando o tempo que terão
no guia eleitoral. Juntam-se visando composições em nível parlamentar que lhes
garantirá governabilidade.