sábado, 5 de maio de 2012

CONTRIBUÍNDO PARA O DEBATE POLÍTICO-ELEITORAL



O ouvinte que acompanha todos os dias a COLUNA POLITICANDO deve ter notado que eu venho quase que exclusivamente falando dos partidos e atores políticos. Nos últimos dias eu tenho dado especial atenção a todo esse processo de articulações visando à montagem das chapas para as eleições para prefeitos e vereadores. Às vezes pode-se até ter a impressão de que a política se resume a isso. Assim, hoje eu quero mudar o foco e falar da política que toca diretamente o cidadão.

Em breve nós vamos ter eleição. E a sociedade precisa pautar os políticos, demandando a eles suas prioridades e maiores necessidades. Se ela não fizer isso, os atores políticos e seus partidos é que vão dizer o que é e o que não é prioridade. E nós sabemos que o tempo dos políticos é, em geral, diferente do tempo da comunidade. Assim, definimos três temas que tocam diretamente ao cidadão e vamos querer saber o que os candidatos propõem pontualmente para cada um deles.

Os temas são: (1) a mobilidade urbana; (2) a educação infantil; (3) a questão da saúde. Nosso foco é a cidade e as propostas dos que pretendem administrá-la. Na mobilidade urbana temos dados preocupantes. Existem cerca de 62 mil motos e 200 mil carros em Campina Grande. Temos algo em torno de um automóvel para cada dois campinenses. Além disse o transporte público de Campina Grande deixa a desejar. Considerando que a população tende a aumentar e que a quantidade de carros cresce vertiginosamente, o que devemos fazer para que num futuro próximo não fiquemos imobilizados?

É função constitucional dos municípios cuidarem do ensino fundamental. Claro, precisamos cuidar bem de nossas crianças, que são nosso futuro. A equipe de jornalismo da CAMPINA FM levou ao ar matérias sobre a situação das creches públicas de Campina Grande. O resultado que se viu não é dos melhores. Inclusive, o prefeito Veneziano fez divulgar que vai dobrar o número de creches da cidade, em relação ao início de sua primeira gestão, em 2005. Disse ele que Campina Grande chegará, até setembro próximo, a contar com 41 creches em pleno funcionamento, contra 21 existentes em 2005. Interessa saber como é que se vai fazer para por em funcionamento 20 creches em cinco meses, quando se passou quase sete anos para reformar 21 creches.

Interessa também saber quantas creches precisamos, onde precisamos e de que maneira precisamos que elas funcionem. Como é, então, que os candidatos pretendem tratar a questão da educação infantil.

No tocante a saúde sugiro partirmos da avaliação que o SUS fez de Campina Grande, tendo o ano de 2011 como referência. Campina não parece estar bem de saúde de acordo com IDSUS. Na avaliação de acesso a atenção básica, ou seja, na qualidade dos serviços básicos de saúde prestados à população pelo poder público ficamos com nota 3,84. Para se ter uma ideia, Jaboatão dos Guararapes (PE) teve 5,85 neste índice; Mossoró (RN) teve 4,28; Arapiraca (AL) teve 7,81; sobral (CE) ficou com 5,17. Pelo que se vê precisamos tratar da saúde de Campina Grande.

Estes são dados elementares, que carecem de um aprofundamento, mas penso que eles já servem para iniciarmos o debate. Debate que aponte para a Campina que queremos para daqui a três, quatro ou cinco anos, não para a Campina que tínhamos a cinco, dez ou vinte anos atrás.