O ouvinte que acompanha
todos os dias a COLUNA POLITICANDO deve ter notado que eu venho quase que
exclusivamente falando dos partidos e atores políticos. Nos últimos dias eu
tenho dado especial atenção a todo esse processo de articulações visando à
montagem das chapas para as eleições para prefeitos e vereadores. Às vezes
pode-se até ter a impressão de que a política se resume a isso. Assim, hoje eu
quero mudar o foco e falar da política que toca diretamente o cidadão.
Em breve nós vamos ter
eleição. E a sociedade precisa pautar os políticos, demandando a eles suas
prioridades e maiores necessidades. Se ela não fizer isso, os atores políticos
e seus partidos é que vão dizer o que é e o que não é prioridade. E nós sabemos
que o tempo dos políticos é, em geral, diferente do tempo da comunidade. Assim,
definimos três temas que tocam diretamente ao cidadão e vamos querer saber o
que os candidatos propõem pontualmente para cada um deles.
Os temas são: (1) a
mobilidade urbana; (2) a educação infantil; (3) a questão da saúde. Nosso foco
é a cidade e as propostas dos que pretendem administrá-la. Na mobilidade urbana
temos dados preocupantes. Existem cerca de 62 mil motos e 200 mil carros em Campina Grande. Temos
algo em torno de um automóvel para cada dois campinenses. Além disse o
transporte público de Campina Grande deixa a desejar. Considerando que a
população tende a aumentar e que a quantidade de carros cresce
vertiginosamente, o que devemos fazer para que num futuro próximo não fiquemos
imobilizados?
É função constitucional
dos municípios cuidarem do ensino fundamental. Claro, precisamos cuidar bem de
nossas crianças, que são nosso futuro. A equipe de jornalismo da CAMPINA FM levou
ao ar matérias sobre a situação das creches públicas de Campina Grande. O
resultado que se viu não é dos melhores. Inclusive, o
prefeito Veneziano fez divulgar que vai dobrar o número de creches da cidade,
em relação ao início de sua primeira gestão, em 2005. Disse ele que Campina
Grande chegará, até setembro próximo, a contar com 41 creches em pleno
funcionamento, contra 21 existentes em 2005. Interessa saber como é que
se vai fazer para por em funcionamento 20 creches em cinco meses, quando se
passou quase sete anos para reformar 21 creches.
Interessa também saber
quantas creches precisamos, onde precisamos e de que maneira precisamos que
elas funcionem. Como é, então, que os candidatos pretendem tratar a questão da
educação infantil.
No tocante a saúde sugiro
partirmos da avaliação que o SUS fez de Campina Grande, tendo o ano de 2011
como referência. Campina não parece estar bem de saúde de acordo com IDSUS. Na
avaliação de acesso a atenção básica, ou seja, na qualidade dos serviços
básicos de saúde prestados à população pelo poder público ficamos com nota
3,84. Para se ter uma ideia, Jaboatão dos Guararapes (PE) teve 5,85 neste índice;
Mossoró (RN) teve 4,28; Arapiraca (AL) teve 7,81; sobral (CE) ficou com 5,17. Pelo
que se vê precisamos tratar da saúde de Campina Grande.
Estes são dados elementares, que carecem de um
aprofundamento, mas penso que eles já servem para iniciarmos o debate. Debate
que aponte para a Campina que queremos para daqui a três, quatro ou cinco anos,
não para a Campina que tínhamos a cinco, dez ou vinte anos atrás.