quinta-feira, 3 de maio de 2012

O JUS ESPERNIANDIS PETISTA.


"JUS ESPERNIANDIS" é uma expressão que não existe. Mesmo assim ela se refere ao direito do esperneio, de reclamar quando não há nada mais a se fazer. Foi isso que restou aos petistas que defendiam a tese da candidatura própria no processo que se arrastou por meses a fio. Como se sabe, a maioria dos delegados decidiu que o PT deve entrar na aliança com o PP da deputada Daniella Ribeiro e indicar seu candidato a vice-prefeito.

Antes de falar das mágoas petistas, deixem-me revelar o que venho conversando com meus botões. Há algo de estranho no reino da Dinamarca, como diria Shakspeare. Por quais motivos o PP se aliaria a um partido como o PT que não tem siquer um vereador em Campina Grande? E que sempre vai mal às urnas? O que ganha o PP com essa aliança? Elementar, herda os mais de três minutos no guia eleitoral que iriam para a candidatura de Tatiana Medeiros. O PP ganha tempo. Mas, ganha votos? Não, já que o PT não os tem. Daí que existem chances do vice de Daniella não ser do PT e sim de outra seara política. Quem viver verá!

O que ganha o PT se aliando ao PP e até abrindo mão da vice-candidatura. Elementar, novamente, ganha cargos. Daniella eleita, o PT recebe duas ou mais secretarias. Convenhamos, ótimo negócio para ambos. E quem perdeu com esse arranjo? Primeiro o PMDB do prefeito Veneziano. Perdeu tempo no guia eleitoral e viu íntimos aliados se tornarem duros adversários. Veneziano chorou suas mágoas na imprensa. Disse que foi apunhalado pelas costas, que foi traído. Praticou seu "jus esperniandis", não lhe restava mais nada a fazer.

O presidente do PT, Alexandre Almeida, viu suas chances de ser candidato se consumarem sem poder fazer nada. Os delegados petistas disseram não a sua postulação. Ele recorreu ao Diretório Nacional do PT contra a decisão. Mas, é óbvio que não darão guarita a seu pedido já que o PP é da base aliada do governo Dilma.
Vimos Alexandre Almeida peregrinando pela imprensa paraibana exercendo seu sagrado "jus esperniandis". Alexandre só não pode dizer que não foi avisado. Aqui mesma, na COLUNA POLITICANDO, eu disse, quando tracei o perfil de sua pré-candidatura, que dificilmente ele entraria no mês de maio como candidato.

Enquanto uns choravam suas mágoas e buscavam as necessárias justificativas para a derrota, além das costumeiras acusações de irregularidades. Outros comemoravam a vitória. Luciano Cartaxo, candidato a prefeito de João Pessoa que terá um vice do PP, disse que se abre um novo tempo na política paraibana. O presidente estadual do PT, Rodrigo Soares, disse que a aliança com o PP se deu por “pensar grande para agir por Campina”.


Mas, convenhamos, essa aliança é, no mínimo, estranha. O PT, com tudo que já foi e sendo o partido do governo federal, se alia com o PP malufista. O cacique maior do PP na Paraíba é Enivaldo Ribeiro, um antigo aliado de Paulo Maluf desde os tempos da eleição indireta que elegeu Tancredo Neves presidente e assim é a política eleitoral-partidária brasileira, aos vencedores tudo, aos perdedores o "jus esperniandis”