"JUS ESPERNIANDIS" é uma
expressão que não existe. Mesmo assim ela se refere ao direito do esperneio, de
reclamar quando não há nada mais a se fazer. Foi isso que restou aos petistas
que defendiam a tese da candidatura própria no processo que se arrastou por
meses a fio. Como se sabe, a maioria dos delegados decidiu que o PT deve entrar
na aliança com o PP da deputada Daniella Ribeiro e indicar seu candidato a
vice-prefeito.
Antes de falar das mágoas petistas,
deixem-me revelar o que venho conversando com meus botões. Há algo de estranho
no reino da Dinamarca, como diria Shakspeare. Por quais motivos o PP se aliaria
a um partido como o PT que não tem siquer um vereador em Campina Grande ? E
que sempre vai mal às urnas? O que ganha o PP com essa aliança? Elementar,
herda os mais de três minutos no guia eleitoral que iriam para a candidatura de
Tatiana Medeiros. O PP ganha tempo. Mas, ganha votos? Não, já que o PT não os
tem. Daí que existem chances do vice de Daniella não ser do PT e sim de outra
seara política. Quem viver verá!
O que ganha o PT se aliando ao PP e até
abrindo mão da vice-candidatura. Elementar, novamente, ganha cargos. Daniella
eleita, o PT recebe duas ou mais secretarias. Convenhamos, ótimo negócio para
ambos. E quem perdeu com esse arranjo? Primeiro o PMDB do prefeito Veneziano. Perdeu
tempo no guia eleitoral e viu íntimos aliados se tornarem duros adversários. Veneziano
chorou suas mágoas na imprensa. Disse que foi apunhalado pelas costas, que foi
traído. Praticou seu "jus
esperniandis", não lhe restava mais nada a fazer.
O presidente do PT, Alexandre
Almeida, viu suas chances de ser candidato se consumarem sem poder fazer nada. Os
delegados petistas disseram não a sua postulação. Ele recorreu ao Diretório
Nacional do PT contra a decisão. Mas, é óbvio que não darão guarita a seu
pedido já que o PP é da base aliada do governo Dilma.
Vimos Alexandre Almeida peregrinando
pela imprensa paraibana exercendo seu sagrado "jus esperniandis". Alexandre só não pode dizer que não
foi avisado. Aqui mesma, na COLUNA POLITICANDO, eu disse, quando tracei o
perfil de sua pré-candidatura, que dificilmente ele entraria no mês de maio
como candidato.
Enquanto uns choravam suas mágoas e
buscavam as necessárias justificativas para a derrota, além das costumeiras
acusações de irregularidades. Outros comemoravam a vitória. Luciano Cartaxo,
candidato a prefeito de João Pessoa que terá um vice do PP, disse que se abre
um novo tempo na política paraibana. O presidente estadual do PT, Rodrigo
Soares, disse que a aliança com o PP se deu por “pensar grande para agir por Campina”.
Mas, convenhamos, essa aliança é, no mínimo, estranha. O PT, com tudo que já foi e sendo o partido do governo federal, se alia com o PP malufista. O cacique maior do PP na Paraíba é Enivaldo Ribeiro, um antigo aliado de Paulo Maluf desde os tempos da eleição indireta que elegeu Tancredo Neves presidente e assim é a política eleitoral-partidária brasileira, aos vencedores tudo, aos perdedores o "jus esperniandis”