terça-feira, 29 de maio de 2012

COMO OS ATORES E PARTIDOS SE COMPORTAM NO AMBIENTE PRÉ-ELEITORAL?


Os atores e partidos políticos brasileiros não respeitam a fidelidade partidária e não aceitam se submeterem a disciplina imposta por seus partidos. Também não existe a tradição de se respeitar as decisões das direções partidárias, nem as direções costumam ouvir suas bases antes de tomar decisões. Em que pese às decisões serem tomadas em nome dos interesses partidários e a instância partidária ser superior às vontades individuais, na prática as coisas são diferentes.


Vamos aos fatos, baseados no ambiente pré-eleitoral de campina grande, onde os interesses de alguns atores valem mais do que o do partido.


O PT decidiu abandonar a tese da candidatura própria e apoiar Daniella Ribeiro, com possibilidades de bancar o candidato a vice na chapa da deputada do PP. Sete petistas não acataram a decisão e ficaram no governo Veneziano. Como o PT não é afeito a seguir procedimentos democráticos ameaça expulsar o grupo dos “sete rebeldes”. Poderá se dizer que eles agem à revelia da decisão partidária. Mas a direção estadual do PT passou por cima da base ao fazer um acordo com o PP sem consultá-la.


O vereador Alcides da Weider declarou apoio a Daniella, mas seu partido, PRTB, ainda não tomou uma decisão oficial. Parece esperar outras definições de instâncias superiores. Alcides era governista na Câmara de Vereadores, já apoiou a candidatura de Marlene Alves, voltou aos braços de Veneziano e agora foi para os de Daniella. E ele tem, ainda, tempo hábil para mudar mais vezes. E o que é mais interessante é que ele vai mudando de opinião não importante se a revelia ou a se a favor do seu partido.


Alcides não é exceção à regra geral, seguida pelos vereadores e partidos, que é negociar o melhor apoio até o último momento. Ainda vamos ver muitas mudanças.


O vereador Fernando Carvalho anunciou apoio a Daniella, mas disse que isso não significa uma adesão oficial de seu partido, PT do B, a candidatura do PP. Afirmou que ainda discute com as direções estadual e nacional do PT do B. Se o partido ainda não decidiu, não teria Fernando que esperar para anunciar o apoio? Vejam como se desvaloriza um partido. A filha de Fernando é candidata a vereadora pelo PRTB. Sendo ele do PT do B não cria um conflito de interesses partidários?


Os partidos dançam ao sabor dos interesses eleitorais de seus líderes. PRTB, PSDC, PHS e PRB tinham firmado um pacto com a pré-candidatura de Marlene Alves. Mas foram mudando de searas. PSDC e PRTB se bandearam para a candidatura de Daniella e o PHS e o PRB decidiram apoiar Tatiana Medeiros.


A direção estadual do PRB anunciou o apoio a Tatiana, mas seu presidente municipal, Gildásio Alcântara e pre-candidados a vereador boicotam o apoio. Alegam não terem sido ouvidos sobre a decisão da aliança com o PMDB para apoiar Tatiana. A direção estadual fez um acordo a revelia do grupo local. Mas, isso não torna o grupo local vítima e a direção estadual algoz. Eles têm o mesmo modus operandis. Agem para maximizar seus ganhos e minimizarem suas perdas. Um dos candidatos a vereador do PRB declarou, aqui no jornal integração, que aceita qualquer negociação, para apoiar qualquer um, desde que seja consultado.


No jogo pré-eleitoral vale bem mais o que se pode ter ao apoiar este ou aquele candidato do que o ato de se conquistar espaços para poder se praticar a representação política. Mas, a realidade está aí para não me deixar mentir.


No momento exato em que terminava de preparar esta coluna, soube que vários dos pré-candidatos a vereador do PRB, que boicotavam a adesão a candidatura do PMDB, estam se aproximando da coligação comandada pelo prefeito Veneziano. Você quer saber o que os levou a mudar de opinião? Ouça, amanhã, a COLUNA POLITICANDO.