Esta semana iniciou sem prometer grandes acontecimentos.
Afinal, não restava outra coisa a não ser esperar pelas definições
político-partidárias. Mas, eis que uma declaração do vice-governador da
Paraíba, Rômulo Gouveia, gerou uma inquietação daquelas na seara política
paraibana.
As notícias eram bombásticas. Afinal de contas era o
vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia, que vinha à pública para discordar
de seu aliado político de todas as horas.
Rômulo admitia nos jornais que se Cássio Cunha Lima
viesse a compor uma aliança com os irmãos Vital do Rêgo, ele abandonaria o
grupo liderado pelo senador do PSDB. Rômulo pareceu taxativo. Disse que se a
aliança se consumasse, ele estaria fora do projeto liderado por Cássio Cunha
Lima, pois teria que rasgar seu discurso.
Da forma como se deu a declaração não pareceu que Rômulo
estivesse apenas desmentindo um boato. Também não pareceu que ele estivesse
criando um factoide. Porque Rômulo levantaria uma tese como esta? Se é algo que
estava, ou está, sendo gestado nos bastidores, porque ele traria a tona na
forma de discordância? Isso não faz sentido!
O que me pareceu? Rômulo foi a público, numa tentativa
desesperada de barrar aquilo que não conseguiu fazer nos bastidores. Expôs o
que lhe parecia absurdo. Existiu, inclusive, um tom ameaçatório, talvez uma
chantagem emocional. A se insistir na aliança ele deixaria de ter Cássio Cunha
Lima como líder. Não faria mais tudo o que seu mestre mandar. A política tem
dessas coisas mesmo. Às vezes o liderado se rebela e diz ao líder que não mais
o seguirá caso insista num determinado caminho.
Agora, vamos mudar o foco.
Claro está que existe um processo de aproximação entre Cássio
Cunha Lima e os irmãos Vital do Rêgo. Partiu do prefeito Veneziano um gesto
firme nesse sentido. Ele visitou Ronaldo Cunha Lima para convidá-lo para a
reinauguração do Parque do Povo. Fez mais. Disse que Ronaldo será homenageado
com pompa e circunstância. E que a prefeitura vai rebatizar o local com o nome
de “Poeta Ronaldo da Cunha Lima”.
Sempre se dirá que esta é uma demonstração de espírito
público. Que as lideranças políticas sabem separar seus interesses e coisa e
tal. Mas, se isso não for uma busca no sentido de firmar uma relação política,
o que mais poderia ser? Cássio Cunha lima já elogiou o trabalho do senador Vital
Filho. E desde a eleição passada que Vital dá declarações demonstrando apreço e
respeito pela atuação de Cássio Cunha Lima.
Na política se usa muito das simbologias como forma de
preparar a sociedade para os fatos. O terreno esta sendo preparado, resta saber
o que nele vão construir. As conversas sobre uma aliança entre PMDB e PSDB,
visando, num primeiro momento, a administração de Campina Grande existem e
parecem em estado avançado, se não atores políticos relevantes da questão, como
Rômulo Gouveia, não estariam expondo opiniões contra e a favor.