sexta-feira, 11 de maio de 2012

AFINAL, O QUE RÔMULO QUIS MESMO DIZER?


Esta semana iniciou sem prometer grandes acontecimentos. Afinal, não restava outra coisa a não ser esperar pelas definições político-partidárias. Mas, eis que uma declaração do vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia, gerou uma inquietação daquelas na seara política paraibana.


As notícias eram bombásticas. Afinal de contas era o vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia, que vinha à pública para discordar de seu aliado político de todas as horas.


Rômulo admitia nos jornais que se Cássio Cunha Lima viesse a compor uma aliança com os irmãos Vital do Rêgo, ele abandonaria o grupo liderado pelo senador do PSDB. Rômulo pareceu taxativo. Disse que se a aliança se consumasse, ele estaria fora do projeto liderado por Cássio Cunha Lima, pois teria que rasgar seu discurso.


Da forma como se deu a declaração não pareceu que Rômulo estivesse apenas desmentindo um boato. Também não pareceu que ele estivesse criando um factoide. Porque Rômulo levantaria uma tese como esta? Se é algo que estava, ou está, sendo gestado nos bastidores, porque ele traria a tona na forma de discordância? Isso não faz sentido!


O que me pareceu? Rômulo foi a público, numa tentativa desesperada de barrar aquilo que não conseguiu fazer nos bastidores. Expôs o que lhe parecia absurdo. Existiu, inclusive, um tom ameaçatório, talvez uma chantagem emocional. A se insistir na aliança ele deixaria de ter Cássio Cunha Lima como líder. Não faria mais tudo o que seu mestre mandar. A política tem dessas coisas mesmo. Às vezes o liderado se rebela e diz ao líder que não mais o seguirá caso insista num determinado caminho.


Agora, vamos mudar o foco.
Claro está que existe um processo de aproximação entre Cássio Cunha Lima e os irmãos Vital do Rêgo. Partiu do prefeito Veneziano um gesto firme nesse sentido. Ele visitou Ronaldo Cunha Lima para convidá-lo para a reinauguração do Parque do Povo. Fez mais. Disse que Ronaldo será homenageado com pompa e circunstância. E que a prefeitura vai rebatizar o local com o nome de “Poeta Ronaldo da Cunha Lima”.


Sempre se dirá que esta é uma demonstração de espírito público. Que as lideranças políticas sabem separar seus interesses e coisa e tal. Mas, se isso não for uma busca no sentido de firmar uma relação política, o que mais poderia ser? Cássio Cunha lima já elogiou o trabalho do senador Vital Filho. E desde a eleição passada que Vital dá declarações demonstrando apreço e respeito pela atuação de Cássio Cunha Lima.


Na política se usa muito das simbologias como forma de preparar a sociedade para os fatos. O terreno esta sendo preparado, resta saber o que nele vão construir. As conversas sobre uma aliança entre PMDB e PSDB, visando, num primeiro momento, a administração de Campina Grande existem e parecem em estado avançado, se não atores políticos relevantes da questão, como Rômulo Gouveia, não estariam expondo opiniões contra e a favor.


Num primeiro momento, os principais líderes vão negar. Isso, também, faz parte do jogo. Mas, a cena política paraibana deverá ganhar novos contornos, pois tudo muda inclusive a política.