quinta-feira, 24 de maio de 2012

VOCÊ ACREDITA NA DEMOCRACIA? PRELEÇÕES PARA UMA ELEIÇÃO PRÓXIMA – PARTE I.


Os nascidos em 1996 podem votar este ano. A maioridade política é polêmica, pois se alguém é responsável para votar aos 16 anos por que não pode ser responsabilizado por um crime cometido?



Nossa democracia só tem 27 anos. Quando os atuais jovens de 16 anos nasciam, havia apenas 11 anos que a ditadura acabara. A questão é: como viver em uma democracia inexperiente? Como respeitar uma eleição sabendo que muitos dos eleitos não vão cumprir as funções que lhes delegamos?



Como levar eleições a sério sabendo, como vimos na COLUNA POLITICANDO de terça-feira passada, que o ambiente pré-eleitoral de Campina Grande está contaminado por “verdadeiras negociatas”, como bem falou o pré-candidato Arthur Almeida.



A democracia só é valorizada pelo cidadão quando serve para representar os interesses dele, não de pequenos grupos que possuem as rédeas do poder. O processo pré-eleitoral em Campina Grande exclui o cidadão, pois fica restrito a grupos que possuem os recursos de poder para decidir quem vai disputar o jogo eleitoral.



O voto, pelo qual associamos o relevante ato de uma democracia moderna, não é o voto para decidir, mas sim para eleger quem deverá decidir. É bom nunca esquecer esse não tão pequeno detalhe. Mas, se é assim, o que fazer? Cruzar os braços e ignorar que alguém vai decidir por você? Devemos nos contentar apenas com o ato de votar? Não, não pode ser assim!



Eleições permanentes e alternância no poder são importantes, diria essenciais. Mas, o cidadão tem que entender que é responsável pelas escolhas feitas. O eleitor precisa se responsabilizar politicamente e entender que é parte, também, da atuação política daquele que consentiu ocupar um cargo. Não adianta fazer discursos enfurecidos diante dos escândalos de corrupção e depois dar ao corrupto o conforto de ter um mandato e foro privilegiado.



Adianta pouco termos tantas eleições se nossos mecanismos institucionais para controlar os atos de nossos representantes são pouco utilizados. Nossos pressupostos penais não causam punibilidade suficiente. Veja-se que os trabalhos da “CPMI do Cachoeira” caminham a passos de formiga e sem vontade. A declaração de um pré-candidato a prefeito de nossa cidade, dando conta de como o processo pré-eleitoral é contaminado, não causou sequer indignação.


 
Eu sou consciente que é muito difícil intervir na política quando não se tem recursos políticos, econômicos e ideológicos para isso. Sei também que a política é vista por muitos como aquilo que só deve ser praticado pelos políticos profissionais, que não deve ser da alçada do cidadão comum.



Mas, nem tudo está perdido na medida em que podemos ter acesso a um tipo variado de informação que permitem utilizar os tais mecanismos de controle. A democracia tem um valor universal, mas só se é democrático pela prática. Ninguém se torna democrático fazendo belos discursos.