quinta-feira, 31 de maio de 2012

A política não é uma palhaçada


Everson de Brito silva é o palhaço Tirulipa. Ele é filho do palhaço profissional Tiririca que foi eleito deputado federal em 2010 com mais de um milhão de votos.



Agora o Tiririca Jr. Quer ser vereador em Fortaleza. Ele é filiado ao PSB, de Eduardo Campos e Ricardo Coutinho, e diz que vai desenvolver projetos na área de cultura. Ele tem os trejeitos do pai, usa a mesma peruca ridícula e não é bom na arte de fazer rir, muito menos na de politicar. O que temos aqui? Um fenômeno para analisar.



Os partidos vêm usando comediantes, ex- jogadores, artistas, participantes de reality shows e pessoas folclóricas da sociedade como puxadores de voto. Como é que isso funciona? Tome uma figura estranha ao mundo da política e a faça ser candidata a um cargo parlamentar, para que ela atue como puxadora de votos.



Aqui na Paraíba, por exemplo, o deputado Toinho do Sopão ajudou a eleger mais dois parlamentares. É que ele vitaminou a coeficiente eleitoral de sua coligação. Os partidos perderam o senso da responsabilidade. Para aumentarem suas bancadas buscam de tudo quanto é personagem. Tem para todos os gostos e desgostos. 



Em Salvador a dançarina de axé music, Cissa Chaggas (grafado assim mesmo com duas letras G)é candidata à Câmara Municipal pelo DEM. Detalhe, ela é conhecida como “mulher maravilha” e se veste como tal. 



Em São Paulo a mulher pera, que atende pelo nome de Suéllem Rocha, é candidata a vereadora pelo PT do B. Suéllem pera é a típica mulher objetivo e quer e gosta de ser tratada como tal.



O humorista Charles Henrique, do programa Pânico na TV, é candidato a vereador no Rio de Janeiro pelo PTB. Sua função é aumentar os votos do partido. Charles deve saber tanto de política quanto eu de humor. 



O ex-joagador Marcelinho Carioca, que já foi candidato a deputado federal pelo PSB em 2010, agora é candidato a vereador em São Paulo.  Na política ele se comporta como se estivesse num campo de futebol, claro. Ainda ex-jogadores temos Washington, Roque Jr. Vampeta e Dinei que seguem Romário. Uma grata surpresa como parlamentar, mesmo que seja exceção. E a lista só aumenta.



Temos dois ex-particiantes do Big Brother e o cantor Kiko da banda KLB. Até Sérgio Mallandro quer ser vereador. Deve ser para ficar fazendo “fru-fru” na Câmara dos Vereadores de São Paulo.



E que não se diga que votar em palhaços, mulheres frutas, artistas decadentes e ex-jogadores desempregados é um voto de protesto. Se você quer realmente protestar contra as perversões de nosso sistema representativo pode usar o expediente do voto nulo. Sim! Por que não?



Se um milhão de pessoas vota em um palhaço estão demonstrando desrespeito (diria deboche) para com as instituições políticas e o sistema como um todo.
Mas, se um milhão de pessoas anulam seu voto podem demonstrar que não estam satisfeitas com o que se apresenta e que querem algo melhor.



Lidamos com a democracia em termos quantitativos e não cuidamos de sua qualidade. Não atentamos para o fato de que eleição é condição necessária, porém insuficiente das democracias. Depois de quase 30 anos votando parecemos saber quase nada sobre a representatividade quando damos um milhão de votos para uma celebridade desmiolada.
É como se não soubéssemos os significados de contratar a representação política através do voto.






Vamos ficar de olho, pois é possível que aqui mesmo em nossa cidade surja uma dessas candidaturas puxa-votos.