Hoje é domingo,
é dia de eleição. Alias, não seria melhor que a eleição acontecesse em outro
dia da semana? Pois domingo é um dia para ficar em casa, com a família,
descansando. O domingo existe para que fiquemos desacelerados nem que seja
torcendo para que ele acabe logo. Não que eu não goste de votar. Na verdade, não
se trata de gostar ou não. Trata-se, de realizar um direito, eu diria mesmo
cumprir um dever. Certo, mas hoje é domingo e tem eleição. Estamos agora nos
preparando para ir às urnas. Para votar é preciso não esquecer algumas coisas.
Primeiro, claro, ninguém pode deixar de levar consigo o titulo de eleitor.
É preciso não esquecer que hoje vamos escolher as pessoas que vão executar
nossos interesses e direitos, além de nossos deveres. É sempre bom lembrar que
nosso sistema político dá aos eleitos uma liberdade de ação inimaginável. Por
isso eu sugiro que você, caro ouvinte, guarde num lugar seguro aquela colinha
que levou para votar. Procure não esquecer, pelos próximos quatro anos, em quem
votou. É que se você não lembra em quem votou como vai poder cobrar alguma
coisa de alguém. Eu sei que muita gente prefere mesmo é esquecer em quem votou
por ter vendido o voto a um candidato desqualificado. É que corrompido e
corruptor sabem bem que estam fazendo algo errado, então é melhor esquecer.
É que na relação de compra e venda do voto, aquele que vendeu é tão
responsável quanto o que comprou. Imagine quando você entra num supermercado
para adquirir um iogurte. Após efetuar o pagamento, este produto pertence
exclusivamente a você. Ao pagar, você adquiriu o direito de fazer o que bem
quiser com ele, inclusive derramá-lo na pia de sua cozinha. Quando você vende
seu voto para um político esta fazendo uma transferência de propriedade, assim
como o iogurte que se compra. O político pode fazer o que quiser com os votos que
pagou para ter, até jogá-los fora depois de eleito. Se você já vendeu seu voto,
paciência. Se ficou a noite passada, pelas calçadas, esperando que viessem
comprar seu voto, não adianta fazer mais nada.
Aos olhos do politico que comprou seu voto você não representa
absolutamente mais nada. Se você trocou seu voto por um saco de cimento, por
tijolos, remédios e consultas médicas, por gasolina, ou seja lá o que for,
saiba que ele está perdido. O comprador fará com seu voto o que bem quiser. E,
lamento informar, pelos próximos quatro anos você não poderá fazer nada. Não
adianta reclamar, dizer que todo político é ladrão. Vai ter que esperar a
próxima eleição para, quem sabe, adotar outra postura. Se você conseguiu 200 ou
300 votos para um candidato em troca de um emprego público, de um cargo de
assessor ou mesmo de substancial quantia em dinheiro aí, não tem jeito, não dá
para saber se nesta relação você é vendedor ou comprador.
Se você é do tipo de eleitor que não vende o voto e que já sabe bem em
quem vai votar, além de estar consciente de sua escolha, ótimo, isso é muito
bom. Fossem todos os eleitores como você, teríamos um sistema político robusto
e respeitável. Se você está, ainda, indeciso não precisa se preocupar ou mesmo
se culpar, pois é melhor ter dúvidas, ficar indeciso, do que votar no primeiro
político que bateu a sua porta. Estar indeciso não é ruim. Significa que você
oferece o benefício da dúvida aos candidatos. E, cá entre nós, tem que ser
assim mesmo, pois vamos entregar o cofre de nosso Estado e do nosso país para
um desses candidatos, então se permita as dúvidas que bem quiser.
Na eleição vale a regra do trânsito que diz na dúvida não ultrapasse. Se
você segue com dúvidas, se os candidatos não foram capazes de tirá-las, na urna
tem opção para o eleitor indeciso. Quando você sair de casa, em direção ao seu
local de votação, poderá ver homens armados, com roupas verdes, camufladas. Não
se preocupe, eles não estam indo para uma guerra. É que nossa democracia é tão
frágil que precisa da força para se sustentar. Eu tenho uma sugestão. Afaste-se dos que encaram a eleição como uma
festa, pois amanhã eles terão esquecido tudo que aconteceu hoje. Convém evitar
contato com os que dependem da vitória de um candidato para sustentarem a si e
a sua família.
Como eles estam lutando pela
sobrevivência são capazes de tudo. Eles podem ficar raivosos se, por exemplo,
perceberem que o candidato deles vai perder a eleição. Esse tipo de eleitor
encara a eleição como uma luta de vida e morte. Eu sei que dar um conselho é
coisa de grande responsabilidade. Mas, eu vou correr o risco. Não discuta com
quem quer que seja porque esta pessoa votou em um adversário de seu candidato,
pois os adversários de hoje podem ser os aliados de amanhã. Nunca, nunca mesmo,
discuta com um idiota, por causa do resultado da eleição, pois ele lhe fará
descer ao nível dele e, por certo, ganhará a parada por ter bem mais
experiência do que você.
AQUI É O
POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
Nenhum comentário:
Postar um comentário