Eu questionei,
aqui no POLITICANDO, com que roupa partidos e atores políticos paraibanos iriam
para o 2º turno. Mas, esta seria uma pergunta desnecessária se vivêssemos em um
sistema onde as regras do jogo eleitoral fossem sempre respeitadas. Meu
questionamento seria uma tolice sem tamanho se nossos políticos não tivessem o
hábito de mudar de lado e de opinião entre o 1º e o 2º turnos. Tem político que
só se lança candidato a um cargo majoritário visando à transição entre os dois
turnos. A estratégia é bem simples. O sujeito se lança candidato a governador
ou a presidente, sabendo bem que não tem a menor possibilidade de ir ao 2º
turno. Daí, ele vai à luta para garantir entre 5% e 10% dos votos válidos.
Quando acaba o 1º turno ele fica dando entrevistas, fazendo cara de
paisagem, a espera das ofertas que os dois candidatos que vão disputar o 2º
turno lhe farão. Geralmente, o apoio vem em troca de alguma secretaria ou
ministério caso o apoiado seja eleito, claro. Na corrida presidencial estamos
vendo alguma coerência. Candidaturas de centro direito e de direita, como o
Pastor Everaldo e Eymael, resolveram apoiar Aécio Neves. Luciano Genro tem
sugerido, discretamente, que deve votar em Dilma Rousseff. Eu falo em alguma
coerência, mas é preciso olhar caso a caso, pois o apoio que Eduardo Jorge
emprestou a Aécio é tão confuso quanto foi o candidato verde na campanha do 1º
turno. E vejam que eu não estou falando de Marina Silva e seus dilemas
políticos.
Dilma parece ter lançado mão de uma estratégia mais pragmática e buscou o apoio
dos que se saíram vitoriosos nas urnas do 1º turno ou que vão disputar o 2º
turno. Foi assim que Dilma e Michel Temer vieram no mesmo dia a Paraíba na
semana que passou. Eles vieram dar e receber apoios. Aqui na Paraíba o quadro é
confuso e, como sempre, nada republicano. Como se sabe, o PMDB de José Maranhão
e Vital Filho declarou apoio a Ricardo Coutinho, se realinhado ao PT que já
vinha apoiando o governador. Mas, em se tratando do PMDB nada é claro, nem tudo
é transparente. O mesmo PMDB que foi a justiça, no 1º turno contra o PT, agora
se alia aos petistas para apoiar Ricardo. Até quando durará esta aliança? No
máximo até as eleições municipais de 2016.

Já o PMDB cassista tem nos deputados Trócolli, Manoel Júnior e Olenka
Maranhão suas principais expressões. Claro, eles estam no caminho contrário ao
da direção estadual para maximizarem seus interesses mais do que particulares.
O PMDB se dividiu ainda naquele processo nada republicano de definição das
candidaturas e coligações para as eleições. O deputado federal eleito Veneziano
Vital disse, em tom de ameaça, que após as eleições essas questões serão
resolvidas. Será que vão rolar cabeças no PMDB? Mas, nada disso deve preocupar
o eleitor, pois o comportamento antirrepublicano de todos esses atores se dá
independente da posição politica que eles estejam adotando. É que, na Paraíba,
o adversário de ontem é o aliado de hoje e vice-versa.

Dito de outra forma o PSB de Ricardo
nunca quis apoiar Marina, mas não podia apoiar Dilma. O PSDB de Cássio apoia
Aécio, claro, mas recebe o apoio de parte do PMDB, que compõem a chapa da
Presidente Dilma, que sofre oposição do PSDB de Aécio. Pasmem, mas neste
momento quem está sendo mais coerente é o PT paraibano que brigou para se aliar
com Ricardo Coutinho, venceu a queda de braço com o PMDB, e segue forte, não
sei se tão firme, ao lado do governador. Essa é a situação de momento na
pequena e heroica Paraíba. O caro ouvinte conseguiu entender tudo? Não? Pois é,
mas é mesmo para não entender. Os partidos e atores políticos preferem que seja
assim, confuso, atabalhoado, feito de um jeito que só eles conseguem entender.
AQUI É O
POLITICANDO, COM GILBERGUES SANTOS, PARA A CAMPINA FM.
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